Com o intuito de apresentar produções científicas africanas, a Escolinha Maria Felipa, escola de educação infantil e ensino fundamental, afro-brasileira e trilíngue – português, inglês e libras, realiza a Afrotech – Feira de Ciência de Produções Científicas Africanas, nesta sexta-feira (1).
O projeto tem como base o livro História Preta das Coisas, de autoria da professora e doutora Bárbara Carine, com 50 invenções de pessoas negras. Segundo a direção, ele conecta os alunos(as), seus responsáveis/familiares e a instituição em um engajamento frente aos conhecimentos e construções africanas.
“Elas passam a compreender na prática que pessoas negras são igualmente intelectualizadas, portanto, igualmente humanas e começam a acessar uma história outra que não a história única brancocêntrica e eurocêntrica. Além disso, as crianças brancas passam a reconhecer e valorizar a potencialidade das pessoas para além do seu círculo étnico-cultural“, afirma Bárbara Carine, idealizadora e consultora pedagógica da Escola.
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Para Maju Passos, sócia e gestora da Maria Felipa, em um momento que mundialmente todas as pessoas re-aprendem a conviver, em meio a tantas medidas de proteção, é importante que esse tipo de ação aconteça para promover e estimular todas/os/es que enfrentam atravessamentos em muitos níveis de relações. “Ver nossa comunidade encantada com as invenções africanas, se apropriando dessas produções intelectuais, que buscam multiplicar esses saberes e se estimular criativamente e coletivamente para produzir juntas/os/es, é um resultado que me faz acreditar na construção de uma educação afroafetiva, que acontece porque estamos todas/os/es envolvidos nesse projeto que queremos e merecemos enquanto povo”, comenta Maju.
Ainda de acordo com a direção, na AfroTech, além de oferecer literatura base para o desenvolvimento das criações e replicações das invenções africanas e do povo preto, a Escola deu apoio, incentivo e liberdade criativa e subjetiva. “Pensando nesse cuidado, nesse contato, estímulo à leveza, incentivamos através de sugestões, apoio e do pedido para que esse momento fosse lúdico, no encontro da noite, no programa do final de semana, nessa busca por elementos, artefatos, produções, pois entendemos que a família precisa estar bem e pensamos nesse lugar de companheirismo, coletividade e unificação das famílias – escola, através também da diversão no conhecer”, conclui Cristiane Coelho, pedagoga e diretora da escolinha.