Por Juliana Morais*
Os pequenos negócios têm uma característica muito familiar, é uma conexão quase que automática, o negócio começa e um faz uma coisa, outro faz outra e a equipe está formada. Esse formato pode ser de muito sucesso ou de muitos conflitos, por isso é bom observar que tem perfil quem não tem, é um desafio e uma decisão difícil, porém necessária, se não encaixou, não pode ficar.
Dar lugar na sua empresa, para alguém da família ou filho de uma amiga, ou um conhecido que está desempregado, ou até mesmo seu filho que fica o dia todo no celular, pode ser um grande erro, as contratações para sua empresa devem ser encaradas com muita seriedade e comprometimento, e sim, devem ter critérios a serem cumpridos. Mesmo que seja uma pequena empresa onde só você atua por enquanto, se vai precisar contratar, faça um processo seletivo simplificado, crie os seus critérios de acordo com a proposta de valor do seu negócio, com os padrões de produto e ou serviço que você segue e não abra mão do comprometimento por parte do seu futuro colaborador(a).
Crie um período de teste e avalie o seu contratado(a), veja se atingiu os padrões da empresa, se foi comprometido e se fez as entregas de acordo com as necessidades, se for seu filho, seu sobrinho, amigo, amiga, pode ser a pessoa próxima da sua relação pessoal, isso não altera o processo, pelo contrário deixe claro que “amigos, amigos negócios a parte”, parece duro demais?
Pense no quanto você precisou trabalhar para chegar ao estagio de poder contratar alguém, pense nas suas noites envolvidas no seu negócio/sonho, e como foi difícil a sua trajetória, então quem está chegando tem que ser realmente bom e ser capaz de entender os processos internos da sua empresa e ter visão empreendedora.
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Por outro lado, trabalhar em família é uma relação de confiança mutua, onde a equipe se fortalece, busca um crescimento conjunto, a estrutura administrativa é pequena sendo mais fácil de gerir, podem poupar juntas com objetivo de estruturar melhor a empresa.
A boa relação e comunicação em negócios familiares, podem diminuir os conflitos, a resistência em mudanças e o trabalho de separação do emocional com o profissional, que podem gerar boas ideias, gestores mais capacitados e comprometidos em levar a empresa para outro patamar no mercado.
Família, negócios e gestão, três pilares que predominam nos pequenos negócios do Brasil, inseridos em periferias, em favelas ou no asfalto, o mais importante é saber conduzir bem o papel de cada integrante na empresa, e se for necessário dispensar e contratar alguém de fora, que seja feito da forma mais profissional possível, saber dizer NÂO tem que fazer parte da vida de quem busca Viver do SEU Negócio.
Empreendedores Encontro Todos vocês no Toooopooooo!!!
Juliana Morais é Palestrante e Consultora especialista em Gestão de negócios de favela. Mentora da Escola de Negócios Da Favela, parceria entre a Fundação Dom Cabral (FDC) e Central Única das Favelas (Cufa)