O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, e a Lei Maria da Penha, promulgada em 2006, representam marcos na luta por igualdade e justiça de gênero. Neste artigo, abordaremos o papel crucial do empreendedorismo feminino como ferramenta de enfrentamento à violência contra a mulher, promovendo empoderamento, autonomia e reconstrução de vidas.
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER SOB A ÓTICA DA LEI MARIA DA PENHA:
A Lei Maria da Penha reconhece e pune cinco tipos de violência contra a mulher:
- Violência Física: agressões que causam lesões corporais.
Exemplo: Ana foi empurrada violentamente pelo seu marido durante uma
discussão, caindo e batendo a cabeça na mesa. Ela ficou com hematomas e dores por
dias. - Violência Psicológica: humilhação, xingamentos, controle de comportamentos.
Exemplo: Bruno constantemente humilhava sua esposa, Maria, chamando-a de
“incompetente” e “burra” na frente dos filhos. Isso a deixou com baixa autoestima e
ansiedade. - Violência Sexual: abuso sexual, estupro e exploração sexual.
Exemplo: Carlos obrigava sua esposa, Daniela, a ter relações sexuais contra sua
vontade, mesmo quando ela se sentia mal ou indisposta. Isso a deixou traumatizada e
com medo do marido. - Violência Patrimonial: danos, destruição de bens e retenção de recursos financeiros.
Exemplo: Eduardo controlava as finanças da família e impedia sua esposa,
Fernanda, de ter acesso ao próprio dinheiro. Ela não podia comprar nada para si mesma
ou para os filhos sem a sua autorização. - Violência Moral: difamação, calúnia e injúria.
Exemplo: Gabriela foi vítima de difamação por parte do seu ex-marido, que
espalhou mentiras sobre ela nas redes sociais. Isso prejudicou sua reputação e a deixou
com vergonha.
Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência.
É fundamental destacar a importância da denúncia através dos canais oficiais:
Disque 100: Disque Direitos Humanos.
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs).
A FORÇA TRANSFORMADORA DO EMPREENDEDORISMO FEMININO:
Para mulheres em situação de violência, o empreendedorismo surge como uma luz no
fim do túnel, oferecendo:
Independência financeira: geração de renda própria, quebrando a dependência do agressor e garantindo a elas estabilidade e segurança para cuidar de si e de seus filhos.
Empoderamento: desenvolvimento de habilidades, autoconfiança e autoestima, fortalecendo-as mental e psicologicamente. O protagonismo exigido do empreendedorismo as ajuda a assumirem o controle de suas vidas e a escreverem suas próprias histórias.
Reconstrução pessoal: superação do trauma e construção de um futuro positivo. Ao construir um negócio, muitas vezes do zero, elas resgatam sua dignidade, que a violência lhes tirou. Reconstruindo-se, se reconectam com sua essência e redescobrem seus talentos e potenciais.
EXEMPLOS INSPIRADORES:
O empreendedorismo feminino é uma ferramenta poderosa de superação, especialmente para mulheres que enfrentam a violência doméstica. Neste artigo, destacaremos duas histórias inspiradoras de mulheres que transformaram adversidades em oportunidades, reerguendo-se como empreendedoras resilientes.
- Patrícia Ramos:
A Blogueira que Renasceu como Empreendedora Patrícia Ramos, enfrentou violência doméstica. Destaco aqui a violência patrimonial, ela chegou a ter conta bancária, onde foram recebidos e movimentados valores em seu nome, sem o seu conhecimento. No entanto, ela não se deixou abater. Com determinação e coragem, renasceu como empreendedora, utilizando sua voz para empoderar outras mulheres e criar um impacto positivo. - Minha História: Advogada e Empreendedora
Como mulher negra, também vivenciei a violência doméstica. Saí de um casamento abusivo e recomecei minha jornada. Hoje, sou dona do meu próprio escritório de advocacia, prova de que o empreendedorismo pode ser uma via de escape e empoderamento para todas nós.
Juntas, essas histórias nos lembram que o empreendedorismo não apenas transforma
vidas, mas também desafia o ciclo de violência, permitindo que mulheres se tornem
protagonistas de suas próprias histórias.
EMPREENDER: CAMINHO PARA O EMPODERAMENTO E RESILIÊNCIA:
Empreender impulsiona a saúde mental das mulheres, nutrindo autoestima com reconhecimento de capacidades e conquistas, fortalecendo o protagonismo na tomada de decisões e construindo resiliência para superar desafios e desenvolver força interior.
Este novo comportamento, resulta na quebra do Ciclo de Violência, levando a uma vida de autonomia e empoderamento e para um futuro livre de violência.
O empreendedorismo feminino quebra o ciclo de violência, promovendo autonomia e empoderamento, construindo um futuro mais seguro e igualitário para todas as MULHERES.
CONCLUSÃO:
O empreendedorismo feminino é uma ferramenta crucial na luta contra a violência de gênero. Incentivamos mais mulheres a se inspirarem em histórias de superação e busquem apoio para iniciar seus próprios negócios. Juntas, podemos construir um futuro livre de violência e cheio de oportunidades para todas.
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