Em um ano, cai o salário médio de contratação no Brasil

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Um levantamento com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, mostra que o trabalhador brasileiro está sendo contratado com remuneração menor. O salário médio de contratados com carteira assinada teve uma queda de 2,86%, em comparação com o mesmo período do ano passado.

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Os dados apontam que a média salarial em julho deste ano foi de R$1.926,54; em julho de 2021, o valor apurado correspondia a R$ 1.982,55. Já em relação a junho houve ligeiro aumento de 0,8%. Naquele mês, o salário médio de contratação ficou em R$ 1.911,23.

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Na comparação com janeiro deste ano, que teve o maior valor registrado (R$ 1.994,11) desde julho de 2021, a queda foi de 3,4%.

Veja a variação dos salários iniciais de trabalhadores com carteira assinada em um ano, segundo o Caged:

  • Julho de 2021: R$ 1.982,00
  • Agosto de 2021: R$ 1.957,00
  • Setembro de 2021: R$ 1.936,00
  • Outubro de 2021: R$ 1.913,00
  • Novembro de 2021: R$ 1.880,00
  • Dezembro de 2021: R$ 1.880,00
  • Janeiro de 2022: R$ 1.994,00
  • Fevereiro de 2022: R$ 1. 919,00
  • Março de 2022: R$ 1.901,00
  • Abril de 2022: R$ 1.916,00
  • Maio de 2022: R$ 1.898,00
  • Junho de 2022: R$ 1.911,00
  • Julho de 2022: R$ 1.926,00

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Maiores e menores salários

Os segmentos que empregaram trabalhadores com os maiores salários, foram: o setor de organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais, que paga salário inicial médio de R$ 6.523; o setor de atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, tem remuneração média de R$ 3.946 e o de informação e comunicação com renda de R$ 3.769.

Em contrapartida, entre os menores salários estão: o setor de alojamento e alimentação, que paga R$ 1.494; os empregados da agricultura, pecuária, produção florestal e aquicultura, que recebem em média R$ 1.674 e e o setor de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com remuneração inicial média de R$ 1.686.

Empregos por setor

Considerado o mais atingido pela pandemia e o que mais emprega no país, o setor de serviços, segue como o principal destaque na geração de novas vagas formais do país, sendo responsável por 56% do saldo de empregos criados nos 7 primeiros meses do ano. O setor da indústria geral, indústria de automação e a construção civil foi o quarto com mais contratos. No ano, o saldo é positivo em todas as atividades econômicas.

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Desemprego

Os dados do Caged também revelam que o país registrou novamente recorde nos pedidos de demissão entre os trabalhadores com carteira assinada. Foram 6,467 milhões de pedidos de demissão nos últimos 12 meses, até julho.

Além disso, conforme aponta levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país registra um elevado nível de desemprego, que atinge 9,9 milhões de pessoas, menor nível desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016. A taxa de trabalhadores informais é de 39,8% da população ocupada, mesmo com salário menor. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE.

Os valores dos salários são um dos motivos para os profissionais saírem de seus empregos. Outra razão é a diminuição dos efeitos da pandemia no mercado de trabalho. Assim, profissionais pedem demissão para serem admitidos dentro de cargos mais adequados a suas qualificações, com melhores remunerações.

Foto: Ministério do Trabalho e Previdência

Vagas criadas

Entre janeiro e julho foram criadas 1,56 milhão de vagas formais, que representa recuo de 13% na comparação com o mesmo período de 2021, quando foram criadas 1,79 milhão de vagas.

Em julho foram criados 218,9 mil empregos com carteira assinada. O resultado representa piora em relação a julho do ano passado, quando foram criados 306,5 mil empregos formais.

Em julho de 2020, em meio ao isolamento da primeira onda da Covid-19, foram abertos 108,4 mil empregos com carteira assinada. Nesse caso, o aumento foi de 102% na criação de vagas em julho deste ano.

Mario Jorge

Mario Jorge

Filho de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, jornalista e mestre em Comunicação, Mídia e Formatos Narrativos (UFRB). Doutorando em Comunicação e Cultura Contemporâneas (UFBA). No âmbito acadêmico investiga as relações entre Comunicação, Cultura e Sociedade. Assessor de Comunicação e Radiojornalista.

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