O projeto foi filmado em casa, pela própria artista amazonense que também assina composição e produção musical da faixa
A cantora e compositora amazonense Elisa Maia lançou o videoclipe da música Sol de Setembro, também produzido por ela. Na música e no vídeo, a artista reflete sobre a solidão da mulher negra, além de fazer uma referência ao período conhecido como ‘alto verão na Amazônia’, época de poucas chuvas e temperaturas em torno dos 38º.
De um lado, a letra é responsável por mostrar as constatações nada positivas contidas na composição. De outro, a melodia chega como um alento marcado aos tons de reggae. Esse é o clima que, de fato, causa uma falsa sensação de leveza ao falar de temas que expõem tanta vulnerabilidade da mulher negra. “Acho importante ressaltar que essa canção é, acima de tudo, sobre passar por momentos de extrema dor em um contexto muitas vezes solar, onde não é possível parar, mesmo que tudo que se queira é não levantar da cama. E isso também fala muito sobre o que é ser uma mulher negra. Mas, ao mesmo tempo, ao viver e refletir sobre tudo isso, sentir que é possível se tornar cada vez mais agente da própria afetividade e encontrar toda água necessária para transbordar dentro de si mesma”, destaca a artista.
Produção
Para a versão audiovisual, cenas que misturam nuances do cotidiano de quarentena, altos e baixos, bastidores de uma live e um relacionamento poliamoroso virtual. Elisa Maia é a responsável por toda a filmagem, feita diretamente de sua casa e também assina a direção, em parceria com Victor Kaleb. Ele, remotamente, norteou os trabalhos. O roteiro foi construído coletivamente pela cantora, Victor Kaleb e Anália Nogueira, durante reuniões virtuais. O single ainda tem parceria na produção musical com Bruno Prestes e piano acústico por Ian Fonseca, da banda Supercolisor. Na finalização Rafaela Prestes (mixagem) e Fernando Sanches (masterização, no Estúdio El Rocha).
Frederico Paulus e Gabriel Pinto da Luz, respectivamente contra baixista e baterista da banda Johnny Jack Mesclado, incorporam um groove ao projeto que também traz camadas de teclados, backing vocals, modulação na tonalidade, reverbs e delays. Rafael Senegal, do grupo Leões de Israel, soma ao time nos teclados.