“Ele foi vítima de racismo”, diz irmã de jovem detido após acusação de roubo de motocicleta no RJ 

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Familiares de Caio Telles Guimarães, de 20 anos, estão lutando na Justiça para provar a inocência do jovem detido por suspeita do roubo de uma motocicleta em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, no dia 22 de Fevereiro. Em entrevista ao UOL, a irmã de Caio, Karina Telles Guimarães, de 22 anos, disse que imagens do circuito externo da casa de um vizinho mostram Caio chegando em casa de madrugada, após uma festa no dia 22, e deixando a residência, posteriormente, às 13h30, já depois do roubo.  

Foto: Arquivo Pessoal do jovem Caio Telles e reprodução de câmera de segurança

“Ele estava correndo na rua para ir na casa de um amigo ajudar com uma mudança. Nisso, ele foi abordado só pelo fato de a moto estar na mesma rua que ele. Ele não tinha nada que comprovasse que ele cometeu o roubo, não tinha a chave da moto nem nada. Estamos arrasados, indignados. Meu irmão não tem como estar em dois lugares ao mesmo tempo. Ele foi vítima de racismo.”, disse a irmã. 

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Ainda de acordo com a família, as imagens de câmeras de segurança mostram o momento que Caio deixa sua residência usando bermuda, chinelo e com a camisa no ombro às 13h30. O GPS do celular dele também indica a distância percorrida pelo jovem entre a casa dele e a rua Gregório de Matos, onde foi preso, que fica a um pouco mais de 1 km da rua David Campista, endereço do roubo. 

Também em entrevista ao UOL, o advogado Douglas de Assis, que representa Caio, acredita que a vítima tenha se confundido durante o reconhecimento.  

“Estamos reunindo o máximo de provas possíveis para deixar claro a inocência do Caio. Inicialmente é possível perceber que os horários são conflitantes, a vítima afirma em delegacia ter sido roubado as 13h enquanto as câmeras mostram que nesse horário estaria o Caio no interior de sua residência. Estamos confiantes que o juízo de origem irá revogar essa prisão descabida, que por certo a vítima se confundiu na hora do reconhecimento.”, disse Douglas. 

A mãe de Caio, Rosângela Telles, de 60 anos, disse em entrevista ao “O Dia” que o filho “foi agredido, foi forçado a entregar e abrir o celular na minha frente, sem direito a nada. O policial estava tratando muito mal ele e a mim. Dizia de forma irônica coisas como: ‘esse aqui é seu anjinho, seu santinho?”  

Rosângela também afirma que os policiais também chegaram a questionar Caio por uma cicatriz na barriga, dando a entender que se tratava de uma cirurgia para remoção de uma bala. No entanto, ela explicou que o filho teve um grave problema de saúde há alguns meses, onde precisou retirar cerca de 1 metro de intestino. 

Questionada sobre os relatos de agressão por parte dos policiais, a Polícia Civil informou apenas que o caso foi encaminhado à Justiça. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informou que Caio Telles Guimarães foi admitido no sistema prisional em 23 de fevereiro e segue custodiado no Presídio Evaristo de Moraes, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. 

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