Egito: o 1º campeão africano

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Por Lyz Ramos

10 de fevereiro de 1957, um marco para o futebol africano. Em um contexto de fundação da Confederação Africana de Futebol, movimentos de independência dos países africanos e a ação de pensadores pan-africanistas, a bola rola no Sudão para a 1ª Copa Africana de Nações (CAN) – que na época se chamava apenas Copa Africana. Os países fundadores da CAF, Etiópia, Sudão, África do Sul e Egito, se reúnem para usar o esporte como ferramenta política de união das nações.

Mohamed Salah é um dos ídolos da atual geração egípcia – Foto: Reprodução/Instagram Liverpool

Com poucos países participantes – menos ainda com a desqualificação da África do Sul -, em comparação com a proporção que o campeonato tomou nos dias de hoje, e sem necessidade de torneio qualificatório, o formato consistiu em: semifinais com os quatro integrantes da CAF e finais em jogos únicos.

Os jogos seriam Egito-Sudão e África do Sul-Etiópia. No entanto, às vésperas da primeira edição, uma África do Sul em regime de Apartheid insistia em convocar somente jogadores brancos, o que causou a sua desclassificação e tornou a Etiópia finalista automaticamente.

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Do outro lado da chave, Raafat Ateya abria o placar em cobrança de pênalti para o Egito. No começo da segunda etapa, Seddik Manzul marcou para o Sudão deixando tudo igual. Mas não houve reação, Ad-Diba, a referência do time egípcio carimbou o passaporte para a final aos 27 minutos.

Contra a Etiópia, que ainda não tinha entrado em campo, os egípcios não deixaram o adversário ver a cor da bola. Ad-Diba, como quem soubesse o peso que o torneio tomaria 32 edições depois, marcou quatro vezes para entrar na história e se tornar artilheiro da primeira CAN. Com o 4 a 0, os Faraós conquistaram o Troféu Abdel Aziz Abdallah Salem, batizado em homenagem ao primeiro presidente da CAF e doador da taça.

65 anos depois são 33 edições acumuladas e o futebol africano nunca mais foi o mesmo.

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