O Tenente-Coronel Mauro Cid, delator e réu na investigação sobre a trama golpista de 2023, pediu para ir para a reserva do Exército. A informação foi revelada por sua defesa nesta terça-feira (2), durante o primeiro dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o advogado Jair Alves Ferreira, a solicitação foi feita há cerca de um mês e ainda aguarda decisão. A defesa justificou o pedido alegando que Cid “não tem mais condições psicológicas de continuar como militar”.
Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid firmou acordo de delação premiada no âmbito da investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado. Segundo interlocutores, o militar considera o processo “traumático”, já que envolveu a revelação de informações sobre Bolsonaro, generais de alta patente como Braga Netto, atualmente preso por tentar obstruir as investigações e antigos colegas do Exército.
Durante as alegações finais, a defesa de Cid destacou que a colaboração teve alto custo pessoal, resultando em isolamento e no tratamento de “traidor” por parte de outros militares. Apesar disso, os advogados afirmaram que a delação foi fundamental para o avanço das investigações e para a formulação da denúncia contra outros sete réus, incluindo Bolsonaro.
Cid responde por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
O julgamento no STF seguirá com as manifestações das defesas dos demais acusados. Ainda não há prazo para que o pedido de transferência de Cid para a reserva seja analisado pelo Exército.
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