Polícia investiga tentativa de compra de votos em aldeia do Xingu, em MT, para Bolsonaro e aliados

11064989_x240.jpeg

A Polícia Civil investiga uma denúncia de tentativa de compra de votos em uma aldeia do Xingu, em Mato Grosso. Teria sido oferecidos R$ 1,5 mil para que indígenas apoiassem os candidatos indicados em um santinho, que são aliados de Jair Bolsonaro (PL) além, claro, do atual presidente.

Quem fez a denúncia foi o próprio Cacique da aldeia. Ele aparece no vídeo falando com o secretário de Agricultura de Marcelândia, Lincoln Alberti Nadal. De acordo com a denúncia, o secretário foi até a aldeia Tuba-Tuba do Povo Yudjá Juruna antes do primeiro turno acompanhado de outros dois homens e ofereceu o valor em troca de votos nos candidatos indicados por ele.

No panfleto distribuído estão os nomes do atual presidente e candidato a reeleição, Jair Bolsonaro; Mauro Mendes (União Brasil) reeleito governador estadual; Wellington Fagundes (PL), eleito senador; Fábio Garcia (União Brasil), eleito deputado federal e Silvano Amaral (MDB), que ficou como suplente para deputado estadual.

LEIA TAMBÉM: Bolsonaro entra com pedido no TSE para censurar vídeo que ele fala sobre “comer indígena”

Nas imagens gravadas é possível ver o exato momento em que o cacique devolve à Lincoln Alberti Nadal o dinheiro. O líder indígena diz que seu povo não aceitaria o suborno e que queria melhorias para a aldeia em conversas com as lideranças municipais.

“Esse dinheiro, a gente não vai pegar. Esse dinheiro, a gente vai devolver porque a nossa organização não aceita isso. Para o dinheiro atender um povo, tem que ser um dinheiro que resolve nosso problema, tem que ser conversado com a prefeitura ou com o prefeito, com o pessoal da Saúde, Secretaria de Saúde, só assim a gente aceita. Agora, um dinheiro que aparece de repente, isso a nossa organização não aceita”, diz em trecho da imagem.

Após o caso, as lideranças procuraram a Polícia Civil e registraram denúncia contra o secretário. O caso é investigado.

A Promotoria Regional Eleitoral informou que registrou denúncia por conduta irregular e eventual abuso de poder e captação ilícita de sufrágio. Além disso, a promotoria oficiou a Delegacia de Polícia de Marcelândia para instauração de inquérito para apuração dos fatos. O secretário e o piloto do barco devem ser ouvidos. O MPF aguarda cópia do inquérito para que sejam tomadas as providências.

Deixe uma resposta

scroll to top