O sociólogo e professor Thiago Torres, conhecido como o Chavoso da USP, afirmou em suas redes sociais nesta segunda-feira (28), que foi condenado pela Justiça de São Paulo por difamação e injúria, por criticar o ex-prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, o Guti (PSD). A decisão foi tomada, segundo Chavos, por criticar a decisão do político de extinguir a empresa Proguaru em 2021, responsável por serviços públicos. De acordo com o sociólogo, o fechamento levou a demissão de cerca de 5 mil pessoas.
“Minha mãe era faxineira. Ela e outros 5 mil trabalhadores foram demitidos a uma semana do Natal e em plena pandemia, e eu protestei contra isso junto deles. Por críticas que fiz à gestão do prefeito, ele me processou criminalmente“, afirmou Thiago, condenado pela juíza Patrícia Padilha da 3ª Vara Criminal do Fórum da Comarca de Guarulhos.

Segundo o professor e sociólogo, a decisão o condenou a 10 meses e 15 dias de prisão, que foram convertidos em prestação de serviços comunitários e ao pagamento de uma indenização no valor de R$ 15 mil. Ele também afirma que terá de pagar uma multa de mais de R$ 3 mil, além das custas processuais, que chegam a quase R$ 2 mil.
O Notícia Preta entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), mas até o fechamento da matéria, não obteve resposta.
“Eles fizeram greves e protestos contra isso e eu participei dessas mobilizações, e no meio delas, fiz um post criticando o prefeito, que me precessou por isso“, diz Chavoso. O Decreto que determina o fechamento da empresa, publicado em agosto de 2021, justifica a decisão por conta da situação financeira da Proguaru.
Além disso, Chavoso afirma que a sua condenação não corresponde ao processo incicial, já que o ex-prefeito o processava por calúnia e injúria. Com a decisão, Chavoso resolveu desabafar sobre a situação. “O caso revela uma clara tentativa de censura e perseguição política de um sistema burguês que massacra os trabalhadores“, afirma Chavoso, que diz não ter falado do caso antes por estar em segredo de justiça, e que pretende recorrer da decisão.
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