Sessenta entidades do Movimento Negro assinaram uma representação para que sejam investigadas as condições de trabalho em todos os quiosques da orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Motivada após o brutal assassinato do jovem congolês Moïse Kabagambe, no último dia 24, a ação foi protocolada pela Frente Nacional Antirracista (FNA), na pessoa da advogada e também coordenadora da Frente, Tamires Sampaio no Ministério Público do Trabalho (MPT).
O objetivo é cobrar explicações e providências e evitar que novos casos como este aconteçam. “É um absurdo que no Brasil, um país construído e erguido por irmãos nascidos ou descendentes da Mãe África, tenha acontecido uma brutalidade dessas com um irmão. Não podemos nos calar. Queremos justiça por Moïse”, disse Tamires Sampaio.
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Na ocasião, Moïse foi cobrar R$200,00 do empregador referente a dois dias de trabalho. Ele, que morava no Brasil porque sua família fugiu da guerra em seu país, foi amarrado, espancado, torturado e morto. O caso se tornou conhecido seis dias após o assassinato do congolês devido pressão de familiares e da sociedade civil.
Vale lembrar que parentes do congolês fizeram denúncias de intimidação policial quando eles foram até o quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, em busca de informações sobre o congolês. Em nota, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) informou que a Corregedoria Geral da Corporação por meio da 2ª Delegacia de Polícia Judiciária (DPJM) “abriu um procedimento apuratório para averiguar as denúncias e que o trâmite está em andamento”.