Babalorixá  Rodney William relata ter sido barrado em camarote na Sapucaí

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No último dia de desfiles de um carnaval marcado pelas exaltação da cultura negra e das religiōes de matriz africana, o Babalorixá  Rodney William, relatou ter sido vítima de discriminação racial. O líder religioso conta ter sido impedido de retornar ao Camarote N° 1, local onde já estava antes de desfilar pela Beija-Flor, no último sábado (30). Na noite dos desfiles das campeãs, mesmo após apresentar documentos e ter sua identidade biométrica reconhecida, o Babalorixá foi barrado no camarote.

“Eles precisam saber que as pessoas negras estão além das funções de serviço. É importante que eles percebam que devem informar corretamente (…) eu teria feito tudo para não ser barrado, para não passar por esse constrangimento”.explicou Rodney William.

Rodney explicou, em entrevista ao jornal O Globo, que antes de sair do camarote perguntou aos responsáveis pelo local o que ele precisaria para voltar depois do desfile que faria na Beija-Flor e foi informado que apenas deveria levar sua credencial, visto que esse documento tinha um QRcode. Além disso, os seguranças também poderiam checar sua entrada através da verificação por biometria.

Pai Rodney William, que desfilou pela escola de Nilópolis foi impedido de entrar no Camarote N1 depois de apresentar credencial e fazer o teste biométrico. — Foto: Reprodução redes sociais

Depois de passar por esses procedimentos, Rodney disse que não imaginou que alguma coisa daria errado naquela noite de sonhos. O problema surgiu quando produtores e seguranças do local não deixaram ele entrar por não estar com a camisa do camarote.

“Eu já tinha desfilado no dia das especiais, mas em outro camarote, e não tive problemas. Dessa vez, no retorno do desfile da Beija-Flor, fui direcionado para a conferência da biometria e QRcode. Achei que estava pronto. Mas me disseram que eu não poderia entrar sem a camiseta. Mas a camiseta estava na chapelaria, porque eu deixei lá para desfilar”, contou.

“Tinha gente sem camiseta, tinha acabado de passar uma moça de vestido prateado, customizado, que em nada lembrava que ela estava com a camiseta do camarote”, relatou Rodney.

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O que disse o Camarote N° 1

Em nota, a organização do Camarote N°1 informou que entrou em contato com Rodney por telefone, lamentando profundamente o ocorrido.

“Anualmente, centenas de profissionais são treinados pela produção de forma cuidadosa, a fim de que situações de desconforto não aconteçam. Apesar de ainda haver quebra de regras, a produção reforça a obrigatoriedade da camisa para acesso ao evento além da credencial e digital, assim como em todos os espaços na Sapucaí, com objetivo de garantir maior controle, organização e conhecimento das pessoas convidadas do camarote.”

“O Camarote N°1 se preocupa com todos os convidados e a experiência negativa de Rodney não será esquecida e servirá de aprendizado e atenção para que novos episódios de constrangimento não ocorram e haja melhorias no fluxo operacional, privilegiando um ambiente democrático e harmônico para todos.”

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