Após chamar um homem de “macaco”, um turista paulista foi preso em flagrante por injúria racial, desacato e resistência no restaurante Varanda Mucugê em Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro, no sul da Bahia. O caso ocorreu na noite de quinta-feira, 2. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra inúmeras pessoas acusam o turista de racismo no momento da prisão durante a abordagem de policiais militares.
Enquanto clientes do restaurante gritavam “racista” e frases como “sai da nossa terra” e “bolsominion safado”, o turista resistia à ordem de prisão. Em outro momento, um dos policiais aplicou um mata leão no turista para imobilizá-lo e algemá-lo, sob os aplausos dos presentes e gritos de “respeito!”. A Polícia Civil informou que o autor do ataque é um homem de 50 anos, que também desrespeitou verbalmente os policiais militares que o conduziram à delegacia. A polícia não informou se a vítima registrou boletim de ocorrência contra o acusado. O nome do turista não foi divulgado.
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O homem, que também teria agredido um deficiente na ocasião, acabou liberado após pagamento de fiança de R$5 mil. Segundo a Polícia Civil, ele ainda teria “dirigido impropérios à guarnição da Polícia Militar”. Em nota divulgada nas redes sociais, o restaurante Varanda Mucugê informou que “não tem qualquer relação com o ocorrido” e que repudia “qualquer tipo de preconceito e discriminação”.
Vale destacar que racismo é crime previsto na Lei 7.716/89 e sempre deve ser denunciado. A legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores. A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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