Após 1 ano da morte de Kathlen Romeu investigação ainda não foi concluída

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Nesta quarta-feira (8) completa um ano da morte de Kathlen Romeu, que estava grávida de 14 semanas, e a investigação pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) ainda não foi concluída. Na tarde do dia 08 de junho de 2021, a designer de interiores foi baleada por um tiro disparado a partir da arma de um dos policiais que trabalhavam na operação no complexo do Lins, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Kathlen Romeu estava grávida de 14 semanas quando foi baleada no Complexo do Lins – foto: Reprodução/Redes sociais

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, a unidade responsável pelo caso está na fase de análise das informações obtidas para finalizar as apurações. “A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está analisando detalhadamente toda a documentação produzida ao longo das investigações para encerramento do inquérito, que está em fase final de conclusão”, afirma comunicado enviado ao G1. 

Em 13 de dezembro de 2021, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou os seguintes integrantes da Polícia Militar (PM): Jeanderson Corrêa Sodré (capitão), Rafael Chaves de Oliveira (3°sargento) e os cabos Rodrigo Correia de Frias, Cláudio da Silva Scanfela e Marcos da Silva Salviano. Eles foram acusados pelo MP de fraude processual devido a alteração na cena do crime e falso testemunho. O órgão pediu também a prisão de Rodrigo, Marcos Felipe, Cláudio e Rafael. 

Por nota, o MP-RJ informou que o processo está na etapa dos depoimentos da acusação e quando concluída, será a vez da defesa, e segue na espera do relatório final da Polícia Cívil. “O juízo da Auditoria Militar está ainda na fase da oitiva de testemunhas da acusação e, em seguida, da defesa. Em relação às investigações sobre o crime de homicídio, a 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro aguarda que a Polícia Civil encaminhe ao MPRJ o relatório do inquérito policial”.

Em entrevista ao G1, a mãe de Kathlen Romeu, Jackeline Oliveira, manifestou o seu sentimento com a não conclusão das investigações. “Minha filha foi assassinada pelo Estado, por policiais devidamente fardados e que deveriam representar a segurança. Mas, na verdade, eles representam o caos, o medo, a covardia, o genocídio, o racismo. Por conta de uma política de segurança falha, elitista, eu não tenho mais a minha filha, eu não tenho mais o meu neto, e nem vejo o Estado sequer se esforçar para fazer justiça por eles e pela gente que ficou aqui”, afirma Jackeline.

Saiba mais sobre o caso:

A mãe de Kathlen conta que não acredita mais no bem, pois fazer o bem não é suficiente, e o Estado “tira onda” com os familiares diariamente. Ela questiona também as frases prontas e declarações, como a do governador do Rio de Janeiro, ao dizer que a morte da jovem grávida de 14 semanas foi efeito colateral da operação.

“Todos os dias a Kathlen é assassinada. Ela não foi assassinada só no dia 8 de junho, ela é assassinada todos os dias quando pretos, pobres e favelados passam pela mesma situação. A minha filha é assassinada através de outros corpos. Eu chego na minha casa todos os dias, e a sensação é de que está sempre faltando alguém”, finaliza Jackeline Oliveira.

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