Nesta segunda-feira (14) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou a aprovação do registro da vacina IXCHIQ (vacina recombinante atenuada contra Chikungunya) do Instituto Butantan, que apresentou anticorpos neutralizantes contra o vírus em estudos clínicos. O imunizante, de dose única, é o primeiro produzido contra a arbovirose e será indicado para adultos com mais de 18 anos, que apresentem risco aumentado diante do vírus. A contraindicação da vacina é para mulheres grávidas e pessoas imunodeficientes ou imunossuprimidas.
Segundo o Governo, a vacina já tinha sido aprovada por outras autoridades internacionais e a Anvisa definiu um Termo de Compromisso junto ao Butantan para que sejam realizados estudos de efetividade e segurança da vacina contra Chikungunya, assim como as atividades de farmacovigilância para ampliação de conhecimento do perfil de eficácia e segurança da vacina.

Em nota, a Anvisa explicou que a Chikungunya é transmitida pela picada das fêmeas infectadas do mosquito Aedes aegypti. A arbovirose surgiu no continente americano em 2013 e gerou uma epidemia em diversos países da América Central e ilhas do caribe. No ano seguinte, o Brasil confirmou a presença do vírus nos estados do Amapá e Bahia e atualmente ele se encontra em todo o território nacional.
Segundo a Anvisa, o imunizante contra a Chikungunya é uma vacina recombinante atenuada, que foi desenvolvida pela farmacêutica austríaca Valneva. A vacina será produzida pela empresa IDT Biologika GmbH, da Alemanha. A projeção do Butantan é que o imunizante seja fabricado futuramente no Brasil.
A Anvisa avaliou os estudos clínicos e dados de produção e qualidade que comprovassem a eficácia e segurança da vacina. A Agência descreveu que os estudos clínicos incluíam a avaliação de adultos nos Estados Unidos e adolescentes no Brasil e demonstraram que a vacina, administrada em dose única, mostrou uma “resposta robusta de anticorpos neutralizantes contra o vírus Chikungunya e que o perfil de segurança foi aceitável para a indicação aprovada”. Junto a outras agências especializadas em saúde, a Anvisa também realizou a avaliação simultânea da vacina e de medicamentos e trocas de informações científicas e técnicas.
Panorama de casos de Chikungunya
Dados atualizados até a apuração desta reportagem (14/04 às 11:30) demonstraram que no Brasil, existem 66.127 casos prováveis de Chikungunya. A arbovirose já causou 56 óbitos confirmados e seu maior índice de incidência é nas regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

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