Na última terça-feira (23), milhares de indígenas participaram de uma caminhada em Brasília para reivindicar segurança, a derrubada do marco temporal e a demarcação de suas terras. A marcha faz parte das ações do Acampamento Terra Indígena (ATL), mobilização que reúne todos os anos figuras indígenas de várias etnias na capital federal.
Acesse nosso Grupo de WhatsApp clicando aqui.
Além disso, o movimento vai encaminhar uma carta aos três poderes do estado solicitando o fortalecimento dos seus direitos. “Enquanto se discute marcos temporais e se concede mais tempo aos políticos, nossas terras e territórios continuam sob ameaça; nossas vidas e culturas em risco e nossas comunidades em constante luta pela sobrevivência“, ressalta um trecho da carta do movimento.
O documento também destaca a urgência de aplicar as ações. “Não podemos simplesmente dar um tempo enquanto nossos direitos fundamentais estão sendo negligenciados. O tempo que queremos é o tempo de ação imediata, onde cada segundo conta para honrarmos nossa ancestralidade e para proteger o futuro de nossas gerações e da humanidade”, ressalta um trecho da carta destinada aos três poderes.
/Foto: Agência Brasil/ Marcelo Camargo
Esse fragmento da carta é uma resposta às recentes declarações do presidente da República Luís Inácio Lula da Silva (PT), em que o governante mencionou que os governadores precisam de “um tempo” para negociar sobre o processo de demarcações de terras. É importante mencionar que a correspondência do movimento lista, no total, 25 ações que precisam ser tratadas com urgência pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
No documento, o movimento também solicitou o fortalecimento dos âmbitos federais de defesa e promoção dos direitos dos povos indígenas, tais como o Ministério dos povos Indígenas (MPI), Fundação Nacional dos povos Indígenas (FUNAI) e Secretaria de Saúde Indígena (SESAI). Em outros trechos da carta, os povos originários cobram uma atuação mais forte do Governo Federal contra ações e projetos anti indígena, além da criação de Escolas Indígenas, introdução do Ensino Médio e Técnico Profissionalizante nessas escolas, entre outras reivindicações.
Em 2024, completam-se 20 anos da primeira manifestação do acampamento, e estima-se que mais de 8 mil representantes indígenas participem dos protestos. A temática da programação deste ano é “Nosso Marco é ancestral” e a previsão é que as mobilizações vão ocorrer até sexta-feira (26). Vale destacar que a manifestação do Terra Livre é organizada pela articulação dos Povos Indígenas do Brasil( Apib), em parceria com outras instituições dos povos originários.
Leia a carta completa acessando esse link: https://apiboficial.org/2024/04/22/vinte-anos-de-acampamento-terra-livre-e-a-urgencia-da-acao/
Leia também:Dia dos Povos Indígenas: 255 Terras Indígenas tiveram o processo de demarcação iniciado, mas não finalizado
