A luz de Aisha: escritoras lançam livro infantil baseado no povo Bantu

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“Sobre sóis, axés e cafunés: filosofia africana é base para história infantil que tece um elogio à vida”. As escritoras Aza Njeri e Luana Rodrigues lançam o livro A Luz de Aisha. Segundo elas, A luz de Aisha usa ideias da filosofia kindezi, do povo bantu, para construir uma narrativa delicada sobre a responsabilidade de todos em nutrir o brilho pessoal de cada um. 

A Luz de Aisha é o primeiro livro infantil das escritoras – Foto: Reprodução

Na trama, Aisha é uma menina negra, muito agitada, mas também capaz de iluminar cada canto ao seu redor. Não à toa seu nome, em banto, quer dizer “vida”. Ela enche de sol a rotina da família, naquela pequena casa sempre muito iluminada pelo afeto. Até que um dia o sol não apareceu mais. Aisha ficou esperando o pai chegar, como sempre. Só que ele não chegou. 

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A menina, então, foi vendo os membros de sua família irem se apagando e virando sombra, um a um. Só mesmo a sabedoria herdada de seus ancestrais, com o apreço pela luz e pelas palavras, poderia tirar a menina daquela enrascada. Para isso, ela precisou lançar mão da estratégia que une o poder da memória coletiva e a valorização da negritude. O enlace entre afeto, responsabilidade e poder de se reencantar — e de se reiluminar — pela vida em comum.    

Com muita delicadeza, exuberância e empatia, as autoras da obra ousam transformar essa história de dor, tão corriqueira, numa história que põe criatividade e afeto em primeiro plano. “Na contramão das narrativas de superação, tão comuns em nossos tempos, esta obra não procura estimular a busca individual por força e coragem. Em vez disso, tece um elogio ao encantamento e à alegria como dons só alcançáveis pelo nutrir coletivo: ‘Eu sou porque Nós somos’, afinal”, comentam as autoras. 

Aza Njeri e Luana Rodrigues – Foto: reprodução

A luz de Aisha é o livro de estreia no universo infantil de duas mulheres que já são consagradas em outras áreas das artes e do pensamento: a compositora e percussionista Luana Rodrigues e a filósofa e multiartista Aza Njeri. Ambas são, também, figuras importantes nas reflexões sobre negritude no Brasil contemporâneo. A obra conta também com as ilustrações de Gabriel Ben. PAra saber mais sobre A Luz de Aisha, acesse o link da Editora Rebuliço.

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