A cada 17h, uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil, diz boletim

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De acordo com o boletim ‘Elas Vivem: um caminho de luta’, da Rede de Observatórios da Segurança, lançado nesta quinta-feira (13), a cada 17h uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil. Os dados são referentes a nove estados brasileiros, em 2024: Maranhão, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Piauí, Pará, São Paulo, Pernambuco e Amazonas.

Isso significa que o levantamento contabilizou 4.181 mulheres vítimas de violência, sendo 531 casos de feminicídio. Segundo os dados, de maneira geral, ao menos 13 mulheres foram vítimas de violência a cada 24h no Brasil. A quantidade de vítimas de 2024 representa um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior.

Foto: Freepick

Além disso, em 70,0% dos casos de feminicídios, o crime foi cometido por companheiros e ex-companheiros das vítima, e em 75,3% dos casos, o agressor era alguém próximo.

Continuamos chamando atenção ano após ano para um fenômeno muito maior do que essa amostragem que foi normalizado pela sociedade e pelo poder público como apenas mais uma pauta social. E por isso, os números seguem aumentando, enquanto as políticas de assistência estão sendo fragilizadas“, diz a rede.

Além disso, ao analisar os dados recolhidos do período, uma das pesquisadoras do boletim também aponta a importância de fortalecer as políticas públicas já existentes, para diminuir os números que ao longo do tempo, continuam aumentando.

Apesar de importantes avanços ao longo dos anos com a institucionalização dos mecanismos de proteção às mulheres, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio como crime – que deveriam estar mais consolidados e dotados de melhores condições de funcionamento –, a violência contra mulheres e o feminicídio continuam sendo uma realidade alarmante em nosso país”, disse Edna Jatobá, que assina o principal texto desta edição do relatório.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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