Luiz Fernando Baltazar é pai de uma menina de 12 e que, segundo ele, foi acusada injustamente por furto, no último sábado (14), em Santo André, Grande São Paulo. De acordo com o relato de Luiz Fernando, P* foi ao shopping com outras duas amigas, brancas, e apenas a sua filha foi abordada e acusada de ter furtado um esmalte na loja Daiso Japan Brasil. “Ela era a menina com a cor de pele mais escura entre elas, e foi a única a acusada”, afirmou.
Ainda segundo Luiz Fernando, quando foi fazer o boletim de ocorrência, solicitou que o crime de racismo constasse no documento, mas o delegado de plantão, Gilmar Camargo Bessa, orientou que o crime não fosse incluído, alegando que a questão racial seria investigada no decorrer do processo.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou, em nota, que foi instaurado inquérito de calúnia e constrangimento ilegal e está sendo apurado se os atos foram provocados por preconceito de raça ou cor.
Abordagem fora da loja
Ao portal Uol, Luiz Fernando informou que três adolescentes já haviam deixado a loja e prosseguiram o passeio pelo shopping, quando foram abordadas por um segurança da Daiso, em um corredor já distante do estabelecimento. “As meninas não levavam mochilas e mostraram o que levavam nos bolsos espontaneamente, para comprovar que não tinham furtado nada. O que minha filha tinha com ela era o celular, dinheiro e um batom”, finalizou.
Resposta
Em nota, a empresa disse que “repudia todo e qualquer ato de discriminação, preconceito e racismo e jamais quaisquer destes atos foram praticados pela loja e/ou por seus funcionários. As acusações criminosas contra a loja e seus funcionários são completamente infundadas e contrárias a todos os princípios e conceitos básicos da empresa”. A nota continua. “A Daiso informa que o assunto já foi esclarecido e tratado com o responsável pela menor, mas submeterá o caso a nova análise e, havendo qualquer excesso de seu(s) colaborador(es) ou, ainda, qualquer infração ao Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), a loja tomará as medidas cabíveis”.
*Não citamos o nome da menor para preservar sua identidade