CEERT lança programa para a juventude negra da região Norte do país

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A educação potencializa o desenvolvimento de jovens lideranças e essa é uma das premissas do Programa Prosseguir, que nesta edição exclusiva para a região Norte do país, irá conceder 60 bolsas de estudo para jovens negros/as dos estados do Amazonas e Pará para apoiar a permanência com êxito na universidade, além do desenvolvimento pessoal e capacidades de liderança.

As inscrições para o Programa Prosseguir para a região estarão abertas até o dia 24 de maio no site. As pessoas contempladas receberão apoio financeiro de R$700,00 por mês, aulas de inglês e encontros formativos duas vezes ao mês, além de fazer parte de uma rede de jovens negros/as das outras regiões onde o programa está implantado.

Foto: Freepik

Desenvolvido pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), a iniciativa vai contar com a parceria do Movimento pela Equidade Racial (MOVER), da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e o Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará (Cedenpa).

Pela primeira vez na região Norte, o Prosseguir visa apoiar a formação universitária e empregabilidade de jovens negros matriculados/as em universidades públicas e particulares.

O programa também estimulará o interesse pela bioeconomia e empregos relacionados à sustentabilidade e ao meio ambiente, vocação da região em relação ao Brasil e ao mundo, de acordo com Daniel Bento Teixeira, diretor executivo do CEERT, que afirma ainda que “a escolha dos dois estados é estratégica para que a juventude negra participe de forma qualificada nos projetos sobre bioeconomia para a região”.

“Contribuir no desenvolvimento de futuras lideranças negras é um dos pilares do Mover, e como parceiro neste projeto, entendemos que tão importante quanto garantir o acesso de pessoas negras às vagas, é também promover ações que apoiem o fortalecimento e permanência acadêmica. Temos que, enquanto Movimento, promover ações de diversidade, equidade e inclusão com o objetivo de reduzir a desigualdade e combater o racismo estrutural no mercado de trabalho no Brasil”, declara Luciene Rodrigues, gerente de projetos do Mover.

O Amazonas possui 21 instituições de ensino superior, e o Pará, 35. Os jovens constituem o maior grupo populacional de ambas os estados. No Brasil, apenas 18% de jovens negros/as de 18 a 24 anos estão cursando uma universidade, segundo o estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2020. Entre os jovens brancos o número sobe para 36%.

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Soma-se à desigualdade nas condições de acesso e permanência desta juventude no ensino superior, uma persistente desigualdade racial também no mercado de trabalho. No Amazonas, quase 200 mil pessoas estão desempregadas e mais de mil trabalham na informalidade. Na capital do estado, havia 440 mil pessoas subutilizadas no mercado de trabalho no quarto trimestre de 2022. Já no Pará, são quase 350 mil desocupados e outros mil na informalidade (Fonte: IBGE/Pnad).

Segundo Teixeira, o programa tem um grande potencial para contribuir com a redução das condições de precariedade de trabalho para profissionais negras e negros. “O desemprego e a subutilização da força de trabalho negra é muito grande em todo o país. Na região Norte, onde a população negra chega a representar mais de 70% dos habitantes, as desigualdades são ainda mais flagrantes”, comentou.

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