A Agência Nacional do Cinema (Ancine) rescindiu o termo de permissão que dava aos produtores de “Greta” e “Negrum3”, uma ajuda de custo de R$ 4,6 mil para cada um participar do evento que se realiza a partir desta sexta-feira (20), em Lisboa, Portugal. A informação foi publicada na coluna do Lauro Jardim, no jornal O Globo.
A censura acontece três semanas após a Ancine aprovar a “concessão de apoio financeiro” para que os dois filmes nacionais participassem do Festival Internacional de Cinema Queer.
O presidente Jair Bolsonaro já se manifestou publicamente, diversas vezes, contrário a estas temáticas: LGBT e negritude.
Os filmes
“Negrum3”
Entre melanina e planetas longínquos, Negrum3 propõe um mergulho na caminhada de jovens negros da cidade de São Paulo. Um filme‐ensaio sobre negritude, viadagem e aspirações espaciais dos filhos da diáspora. É um filme sobre celebrar as existências múltiplas de bixas pretas, insubmissas e revolucionárias. É um filme que aponta para o futuro, mesmo que a realidade cruel tente nos matar todos os dias.
“Greta”
Estrelado por um dos maiores atores do Brasil, Marco Nanini, foi selecionado para o Festival de Berlim deste ano. No filme, Nanini interpreta um enfermeiro homossexual que é fã ardoroso de Greta Garbo.
Esta não é a primeira vez este ano que a Ancine corta apoio ou está envolvida em controvérsias que envolvem produções com temática LGBT, política e racial. Na semana passada, a estreia do filme Marighella, dirigido por Wagner Moura, crítico declarado do presidente Jair Bolsonaro, foi adiada após impasse entre a produtora e a Ancine.