Cartazes colados em pontos de ônibus de São Pedro da Aldeia e Cabo Frio, ambos os municípios da Região dos Lagos, litoral do Rio de Janeiro, chamam a jornalista Renata Cristiane de Oliveira de “macaca”. Um dos cartazes estava colado ao lado de outro, que trazia uma mensagem motivacional. “A causa da violência mundial é a falta de Jesus Cristo no coração”
A profissional atual há mais de 20 anos na região e entidades de classe repudiaram os atos, que foram cometidos na sexta-feira (1). A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicaram notas nos sites e redes sociais.
“O Sindicato dos Jornalistas, além de lamentar, denunciar, combater, qualquer ato de violência, assédios, preconceito, homofóbico, racista, solicita as instituições públicas policiais e de Direitos Humanos, assim como a OAB, apoio para coibir tais atitudes abomináveis e punir os responsáveis. A jornalista Renata nossa total solidariedade!”, escreveu a FENAJ.
Em vídeo publicado em seu perfil do Instagram, Renata Cristiane publicou um vídeo mostrando os cartazes colados e lamentou o fato. “É desagradável, constrangedor, angustiante e dá vergonha, não só por essa situação, mas vergonha alheia, vergonha por mim, vergonha pelo Brasil. Estou emocionalmente exausta com tudo isso. É ataque de todo lado”, disse Oliveira.
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Já a Abraji ressaltou que mulher negra e lésbica sempre sofreu discriminações sociais e lembra que faz o monitoramento de ataques a jornalistas no ambiente físico e nas redes sociais. O relatório de monitoramento dos ataques a jornalistas com os dados de 2021 integra o Relatório Sombra da rede Voces del Sur, que reúne informações de 14 países da região. No Brasil, no ano passado, foi registrado um crescimento de 23,4% em relação a 2020, chegando-se a 454 registros de janeiro a dezembro de 2021. A Abraji também monitora ataques com viés de gênero.
Ela disse ainda que vai registrar o caso na delegacia após conselho das entidades.
Faço minhas as palavras de minha profissão, Renata Cristiane, vergonha, muita vergonha por um Brasil como esse, em pleno século XXI ainda hajam pensamentos ampla e totalmente preconceituosos. VERGONHA!