Em reunião realizada nesta quarta-feira (1), o Comissário da ONU para Direitos Humanos para a América do Sul, Jan Jarab, declarou que está preocupado com a escalada de violência policial no país, após as operações na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, e o assassinato de Genivaldo Santos, em Sergipe.
O alerta de Jarab foi feito em um encontro com a Comissão Arns, associação composta por juristas, jornalistas e ativistas, onde o grupo brasileiro entregou um documento solicitando providências das Nações Unidas sobre os casos.
Segundo os integrantes da Comissão Arns, o representante da ONU informou que visitou recentemente as terras indígenas e afirmou que “está preocupado com o espiral de violência no Brasil”. A informação é da coluna de Jamil Chade, correspondente do UOL na Europa, e que afirma ainda que “o país passou a fazer parte do radar das principais preocupações da organização, em especial pela tensão política e a atuação do presidente Jair Bolsonaro em incentivar tais atos”.
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Paulo Sérgio Pinheiro, membro da Comissão Arns e ex-secretário de Direitos Humanos, disse que a tendência é de aumento da violência, principalmente contra grupos mais vulneráveis. “A violência tende a se agravar diante das homenagens que o presidente faz para as chacinas. Os autores são celebrados como heróis”, analisa.
“A ONU deve, diante do aumento descontrolado da violência policial no governo do Sr. Jair Messias Bolsonaro, reforçar a necessidade de incrementar o controle externo da atividade policial exercido pelo Ministério Público, bem como inste seu órgão de controle externo, o Conselho Nacional do Ministério Público, a acompanhar as investigações de graves violações de direitos humanos”, conclui o documento da Comissão Arns.