O LinkedIn, rede social utilizada com fins profissionais, excluiu anúncios de processos seletivos com preferência a candidatos negros e indígenas. O Procon de São Paulo notificou a rede, que possui mais de 51 milhões de usuários no Brasil atualmente, exigindo explicações da tomada da decisão.
Para Ana Minuto, LinkedIn,que é LinkedIn Top Voice & Creator 2022, esta notificação serve de alerta para que as empresas de uma maneira geral aprendam a lidar com os desafios locais e que incentivem a diversidade de uma maneira geral. “Quando vemos que, o LinkedIn, uma empresa global, toma uma decisão sem levar em consideração os desafios que existem em cada país, só demonstra que a diversidade que eles fazem é só uma ‘maquiagem’. Eu, como LinkedIn Top Voice & Creator 2022, agradeço esse reconhecimento que, também vem da população, mas não dá para ficar calada porque já é muito difícil falar sobre diversidade no nosso país”, relata.
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Ela relembra ainda que os negros travam uma batalha árdua e longa para que reparações históricas sejam realizadas. “É uma luta de 500 anos e, o LinkedIn como uma plataforma que permite conexões com estes grupos subrepresentados não pode tomar uma decisão desta proporção simplesmente por uma ação global. E, por não conhecer os problemas locais dos países demonstra que está totalmente despreparada para lidar com as questões únicas de cada país. Mostra que não é uma plataforma tão humanizada quanto dizem que é, mesmo sabendo o quanto é importante discutir diversidade e divulgar estas vagas para a população principalmente brasileira”, comenta.
Além disso, ela enfatiza que o Brasil é um dos países mais desigual do mundo já que 56% da população brasileira é negra e representa 54,4% da força de trabalho. “Na parte de gestão, elas representam 4,4% sendo que 30% trabalha na parte operacional de grandes empresas. Quando percebemos as ações que a Minuto Consultoria e outras instituições estão criando para fortalecer o recrutamento de maneira proposital de negros é simplesmente para fazer uma reparação social levando em consideração os mais de 300 anos que o Brasil viveu em um processo escravocrata e, a população negra foi sempre vinculada a mão de obra operacional. Quando pensamos neste processo e na evolução da tecnologia percebemos o quanto as empresas estão despreparadas para lidar com os desafios locais dos países”, finaliza
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