Levantamento divulgado pela Rede de Observatórios da Violência aponta que no ano passado a maioria dos casos de violência contra a mulher foram concentrados nem São Paulo, estado que apresentou um aumento de 27% nas ocorrências em relação aos números da pesquisa de 2020. O estudo revela que foram registrados 1.975 casos de violência contra a mulher nos cinco estados monitorados, dos quais 409 (21%) foram feminicídios. Nos números gerais, em média, uma mulher foi vítima de feminicídio por dia em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco ou Ceará.
No Rio de Janeiro, a violência contra as mulheres cresceu 18%. Já no Ceará, há um alerta devido a crescente onda de ataques às mulheres trans. Os crimes, em geral, foram cometidos em sua maioria pelos próprios companheiros das vítimas (65% em casos de feminicídio e 64% em casos de agressões), e, quando informado, por motivos torpes já conhecidos como brigas (28%), término de relacionamento (9%) e ciúmes (8%). Além disso, foram contabilizados 200 casos de estupro ou abuso sexual.
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De acordo com o levantamento, São Paulo acumulou 929 eventos de violência contra mulheres monitorados em 2021: foram 157 feminicídios (número maior que o oficial, de 136 mortes), 501 agressões e tentativas de feminicídios e 97 estupros. Já o Rio de Janeiro teve uma média de um caso de violência contra a mulher a cada 24 horas, segundo pior estado no retrospecto.
Segundo o Observatório, os dados são produzidos de maneira independente a partir de um monitoramento do que circula nos meios de comunicação e nas redes sociais sobre violência e segurança. Todos os dias, as pesquisadoras conferem dezenas de veículos de imprensa, coletam informações e alimentam um banco de dados que posteriormente é revisado e consolidado.
Vale destacar que 38,5% denúncias registradas através dos serviços “Disque 100” e “Ligue 180”, em 2020, tinham como vítimas mulheres negras. Os dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) revelam ainda que 24,7% das mulheres em situação de violência se declararam brancas, 0,51% amarelas, 0,2% indígenas e, em 39,13% dos atendimentos a informação de raça não foi coletada ou informada.
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