A filósofa Djamila Ribeiro irá à Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) falar sobre racismo. No discurso agendado para dia 27 de março, ela pretente retomar memórias das vítimas da escravidão e do tráfico de pessoas negras no Brasil.
“Esse convite para mim tem caráter muito especial por ser o evento mais importante de antirracismo na ONU”. “Fazer o discurso saudando a importância do evento de memória aos povos que foram escravizados traz um impacto na minha trajetória, além de poder voltar à sede da ONU, como convidada principal. É algo que me alegra bastante”, contou a professora e ativista.
Djamila também está envolvida em outro projeto. O best-seller “Pequeno Manual Antirracista”, de sua autoria, será tema de uma série produzida pela Gullane Filmes.
A filósofa disse que o convite tem caráter especial na pauta antirracismo. Foto: Reprodução/ redes sociais
A escritora, filósofa e acadêmica publicou 5 livros, alguns deles foram traduzidos para o francês, espanhol, italiano e alemão. As obras mais conhecidas são: “O que é lugar de fala?” (2017), “Quem tem medo do feminismo negro?” (2018), “Pequeno Manual Antirracista” e “Lugar de Fala” (2019).
Ela é mestre em filosofia política pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), colunista do jornal Folha de S.Paulo e da revista alemã Der Spiegel. Djamila ainda coordena a coleção literária “Feminismos Plurais”.
Em maio de 2022, a filósofa ocupou a cadeira de n° 28 da Academia Paulista de Letras (APL), se tornando a primeira pessoa negra a fazer parte da instituição. Ela obteve 30 dos 39 votos necessários e ficcou com a cadeira que pertencia a escritora Lygia Fagundes Telles. Em entrevista à Revista Elle, Djamila falou sobre a experiência de ocupar uma cadeira na ABL.
“Sou a primeira mulher negra a ocupar essa cadeira, mas não venho sozinha, sei que essa é uma conquista coletiva, de muitas mulheres que sonharam e que lutaram pra que eu ocupasse esse lugar. Conceição Evaristo acabou de me mandar uma mensagem lindíssima: ‘Você é o sonho dos nossos ancestrais’. É muito bonito ver o reconhecimento de uma mais velha, que lutou tanto, foi inspiração e abriu tantos caminhos”, afirmou ela na época.
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