A pauta racial tem sido incorporada ao ESG (Environmental, Social and Governance, na sigla em inglês) ganhando cada vez mais espaço entre as grandes empresas, principalmente no pós assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, e Beto Freitas, no Rio Grande do Sul.
O S, de social, vem sendo substituído pelo R, de racial, e as empresas encontraram neste nicho um mercado promissor. Segundo Alan Soares, fundador do Movimento Black Money, esta estratégia não abstrai o lucro. “Pelo contrário, o lucro ainda é o objetivo, porém muda-se a forma de realizá-lo, realocando o dinheiro para projetos que visam um mundo mais justo, com igualdade racial, com maior respeito à individualidade das pessoas e maior responsabilidade no uso de recursos naturais e preservação do meio ambiente, por exemplo”, afirma.
Alan cita como exemplo o Credicard ON MBM, projeto de Co-Branding do MBM com a Credicard que permite aos usuários do cartão apoiar a causa antirracista. “Somado ao fato de ter um cartão com anuidade zero e ganhar todos os benefícios da rede VISA, o usuário também ajudará a alavancar pequenos afroempreendedores, através de programas educacionais e desenvolvimento de novas tecnologias”, ressalta.
Lembrando ainda a importância de se valorizar o Black Money, uma vez que as grandes corporações já têm seus nomes e mercados consolidados. “O Black Money é um movimento que surgiu para equilibrar as relações de poder no Brasil, no que diz respeito à população preta, oferecendo mais instrumentos, tecnológicos e financeiros, para fortalecer o nosso povo no enfrentamento do racismo por meio da forma mais eficiente que há: conquistando poder. Afinal, dinheiro é um instrumento de poder”, comenta.
Movimentos empresariais
A informação de que a maioria da população brasileira é considerada preta ou parda, o assunto diversidade racial está presente em muitas empresas, isso muitas pessoas já sabem. Porém, a inclusão racial profissional ainda está longe de ser uma realidade na vida de muitos pretos e pardos. Pensando nisso, o Movimento Black Money (MBM), irá realizar a segunda edição do MBM Experience, evento que irá colocar em pauta o futuro dos negócios em tempos de ESG, avanço da diversidade e os efeitos na empregabilidade, tendências do ecossistema negro de inovação e apresentar cases reais das principais empresas que estão saindo na frente sobre estes temas.
O encontro em formato online, 100% gratuito acontece entre os dias 26 e 27 de novembro, prometendo ter muito conteúdo, Live Shop e atrações musicais.
Alan ressalta ainda que a melhor forma das instituições privadas apoiarem a causa racial é analisando os dados e tomando ações racializadas dentro das políticas de ESG de cada instituição. “Recentemente, duas empresas (Bayer e Magazine Luiza) investiram em processos seletivos de lideranças, exclusivos para pessoas negras, por meio de consultorias e cooperação com entidades negras. Dois cases de grande relevância”, conclui.