O presidente estadual do PSOL, Fábio Nogueira, denunciou a ação de um segurança do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), localizado em Salvador. O político, que também é professor da Universidade do Estado da Bahia e Doutor em Sociologia, foi importunado e impedido de entrar no local por utilizar um boné. Fábio informou ao agente que o uso do acessório era necessário, uma vez que precisava estar com a cabeça coberta devido a uma iniciação religiosa que fez recentemente, mas ainda assim teve seu acesso negado.
Como presidente do PSOL na Bahia, Fábio Nogueira declarou que sempre frequenta o Tribunal, mas dessa vez foi questionado inicialmente para onde iria, mesmo após fazer o credenciamento na portaria, e depois impedido de entrar com o boné. “Se fosse uma pessoa branca, de terno e gravata ele faria a mesma pergunta?”, questionou.
Acompanhado de Cris Barros, presidente do partido em Salvador, o professor dirigiu-se à Ouvidoria do TRE-BA, onde registrou uma ocorrência sobre a situação. Apenas com a mediação do funcionário desse setor conseguiu ser autorizado a transitar no prédio com o acessório.
O dirigente do PSOL na Bahia deixa claro que a atitude do funcionário se deve a orientação do TRE-BA, por isso espera que a entidade busque capacitar seus funcionários para assegurar o direito de todos que procuram aquele local. “A denúncia que a gente fez tem a ver com racismo institucional, como as Instituições lidam com a diversidade religiosa. Se tivesse um pastor com a bíblia ou um judeu com seu quipá, acho que o tratamento não seria o mesmo”, acrescenta Fábio Nogueira.
O político baiano segue aguardando resposta do TRE-BA, mas declara que são situações difíceis, mas não dá para ficar calado ou naturalizar casos assim. Lembrando Crispim Terral, empresário agredido dentro da Caixa Econômica Federal em Salvador, o dirigente do PSOL cita que diante do racismo não pode haver silenciamento.