Oito deputados do Congresso norte-americano pedem investigação sobre caso Marielle, “completa e imparcial” de “todos os aspectos” relacionados ao assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 2018. Por meio de nota, os congressistas comparam a violência sofrida por representantes brasileiros à invasão do Capitólio americano no dia 6 de janeiro deste ano.
Assinam a nota os congressistas da ala progressista (à esquerda) do partido democrata Susan Wild, Raúl M. Grijalva, Joaquin Castro, David N. Cicilline, Ilhan Omar, Adriano Espaillat, Mark Pocan e Henry C. “Hank” Johnson, Jr.
“Este domingo, 14 de março, marca o terceiro aniversário do assassinato da vereadora da Câmara do Rio de Janeiro Marielle Franco, defensora passional dos direitos humanos, afro-brasileira, dissidente e membro da comunidade LGBTQ”, diz a nota.
“Não podemos e não iremos esquecer este ataque flagrante às instituições democráticas do Brasil”, disse, pelo Twitter, a congressista Susan Wild, “nós continuamos a nos posicionar junto com o povo brasileiro em sua luta por justiça.
“Como membros do Congresso dos EUA que experimentaram o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio, conhecemos bem a seriedade da violência contra oficiais eleitos e instituições democráticas”, diz o texto. “Justiça precisa ser feita como consequência do assassinato de Marielle Franco, e o governo brasileiro precisa proteger adequadamente contra mais violência os atuais oficiais eleitos, candidatos, e ativistas”, diz a nota.
O texto assinado pelos oito congressistas americanos afirma que o caso não foi um incidente isolado já que “a violência contra ativistas, candidatos e oficiais eleitos no Brasil teve um pico em anos recentes, quando Jair Bolsonaro cultivou sua base política engajando em retórica violenta, xenofobia e anti democrática”. Eles citam também o caso do deputado Jean Wyllys, que deixou o Brasil e da deputada Talíria Petrone, que precisou de escolta da Política Legislativa devido a ameaças recebidas.