Cleyton José da Silva, popularmente conhecido como Guitinho da Xambá, se encantou e deixa legado ativista aos 38 anos. Cantor, compositor, percussionista, Guitinho foi o criador do Grupo Bongar, que neste ano completa 20 anos. O grupo tem um trabalho voltado para a preservação e divulgação da cultura pernambucana e é um símbolo da resistência afro-brasileira.
Filho de Ogum, carregava em seu nome artístico a comunidade quilombola em que fazia parte, o Terreiro Xambá do Portão de Gelo, que foi funndado em 1930, e tornou-se o terceiro maior quilombo urbano do Brasil e o único remanescente desse povo na América Latina. Em 2018, recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.
Guitinho estava internado desde o dia 1° de fevereiro para tratar de doença rara conhecida como síndrome de Cushing. Na noite de quarta-feira (17), morreu em decorrência de complicações de um AVC sofrido pelo artista há uma semana.
Legado
Guitinho de Xamba gravou cinco álbuns: Festa do Coco da Xambá (2006), Chão Batido, Coco Pisado (2009), Festa do Terreiro (2013), Samba de Gira (2016) e Ogum iê (2017).
Em 2016, foi criado o Centro Cultural Nação da Xamba, que é um polo de resistência cultural e política.