Uma pesquisa inédita da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou que, em casos de câncer de mama tratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a chance de sobrevivência de mulheres negras é até 10% menor do que a de brancas. O estudo – projeto de doutorado da farmacêutica Lívia Lovato Pires de Lemos – sugere que um dos principais motivos é o diagnóstico tardio, por conta do menor acesso das mulheres negras às ações do plano de controle do câncer de mama do Brasil.
Foram avaliadas cerca de 60 mil mulheres com câncer de mama que iniciaram tratamento para a doença na rede pública de saúde entre 2008 e 2010 e foram acompanhadas até 2015, sendo avaliada a sobrevida conforme a raça/cor autodeclarada. Dentre elas, 62% eram brancas, 31% pardas e 6% pretas.
O trabalho usou três bancos de dados do SUS, que armazenam informações de produção ambulatorial, hospitalar e sobre mortalidade. Em cinco anos, a variação dos índices de sobrevivência foi menor entre mulheres negras (pretas e pardas) do que mulheres brancas. A diferença entre os grupos cresceu conforme o estágio em que a doença foi detectada: 74% das mulheres brancas sobreviveram; 72% das mulheres pardas sobreviveram e 64% das mulheres pretas sobreviveram.
O estudo também aponta que 40% dos casos começam a ser tratados já em estágio desenvolvido da doença, embora esse número já tenha sido maior no passado.
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