Mulheres negras jovens, casadas e de baixa escolaridade são principais vítimas de violência de gênero no campo

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Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado na última edição da Revista Brasileira de Epidemiologia, aponta que as principais vítimas de violência de gênero no campo, no Brasil, são mulheres negras, com pouca escolaridade, com idade entre os 18 e 29 anos, e casadas. Os dados divulgados na última semana nasceram a partir da análise de 79.229 denúncias feitas entre 2011 e 2020 no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

De acordo com o relatório, 51,70% das vítimas eram pretas e pardas, 41,30% de 18 a 29 anos, 39,80% com ensino fundamental incompleto e 53% casadas. Além disso, a maior parte dos agressores são os companheiros, sejam eles maridos ou namorados, sendo responsável por 53% dos crimes.

Os dados são de um estudo da Fiocruz /Foto: Agência Brasil

Já sobre onde ocorrem as agressões, o documento aponta que 75% dos crimes ocorrem nas casas das vítimas, sejam elas alvo de violência física, psicológica e moral, sexual, financeira, de negligência e abondono, tortura e outras.

O estudo também indica que o aumento dessas violências entre 2011 e 2020 aconteceu por conta da pandemia da Covid-19, mas acredita-se que haja uma subnotificação. Além disso, em 2011 foi aplicada uma integração dos procedimentos de comunicação da violência no atendimento à vítima em serviços como os de saúde e de assistência social.

A forma com que essas mulheres foram violentadas também se destaca, sendo a maior parte acontecendo por meio do uso da força corporal e espancamento (59,2%), seguido de ameaça (21,5%) e envenenamento (14,6%).

A violência física é predominante, seguida por psicológica/moral (36,5%) e sexual (6,2%), sendo a psicológica acontecendo mais entre as mulheres casadas (59,6%), enquanto as solteiras são mais vítimas de violência sexual (48,5%).

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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