Mais um caso de violência policial contra um homem negro foi divulgado nesta quarta-feira (03). Um vídeo mostra o momento que policiais colocam um capuz na cabeça de um homem nu, identificado como Daniel Prude. O caso aconteceu no dia 23 de março, em Rochester, no estado de Nova York, mas só agora o vídeo foi divulgado. Prude morreu uma semana depois, por asfixia.
Na noite do crime, a polícia foi chamada pela própria família de Prude, que buscava ajuda para o rapaz que tinha problemas mentais. Nas imagens divulgadas, é possível ver que o homem colabora a todo o momento, seguindo as ordens dos policiais de se manter no chão. Daniel Prude estava com as mãos nas costas, algemado e pedia para que o deixassem ir.
Ainda preso no chão, o rapaz começa a se debater e pedir para ir embora. É então que um dos policiais segura a cabeça de Prude no asfalto, apertando o capuz, enquanto o outro se ajoelha sobre as costas da vítima, numa ação que dura cerca de dois minutos. Os policiais chegam a rir do jovem, enquanto ele se debatia no chão.
De acordo com a agência Associated Press, Daniel Prude morava em Chicago e havia acabado de chegar em Rochester para visitar a família. O irmão Joe Prude afirmou que ligou para a emergência após o jovem ter saído de casa com aparente confusão mental: “Eu telefonei para pedir ajuda para o meu irmão. Não para ele ser linchado”, disse Joe em entrevista.
Um médico concluiu que a morte de Prude foi um homicídio causado por complicações de asfixia por ação física. O relatório aponta como fatores complicadores a situação de delírio em que Prude estava e a intoxicação por fenciclidina, droga analgésica que causa alucinações.
O irmão do Daniel Prude criticou e questionou a ação da polícia durante entrevista: Como vocês o veem e não dizem: ‘O homem está sem defesas, preso e nu no chão. Ele já está algemado’? Por favor! Quantos mais irmãos vão morrer até a sociedade entender que isso precisa parar?, questionou.
Um dos policiais envolvidos no caso argumentou que colocou o capuz porque Prude cuspia na direção deles e que eles estavam preocupados com uma eventual contaminação pelo novo coronavírus. A investigação está a cargo da procuradora-geral de Nova York, Letitia James.