Caso de racismo de aluno contra funcionária do refeitório da UFJF é registrado pela PM

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Na noite desta quinta-feira (4), a Polícia Militar (PM) foi chamada para atender a um caso de racismo na na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) de um aluno da instituição contra uma funcionária que trabalha no Restaurante Universitário (RU) do campus. De acordo com ela, a situação aconteceu quando ofereceu um doce ao estudante que não teria aceito, e dito: “Não pego alimento das mãos de negros”.

Após o ocorrido, consta que a funcionária contou o caso para a chefe, que chamou o aluno para dar explicações e em seguida, chamou a PM. Aos policiais, o homem disse que estava na fila para pegar a sobremesa e ao ver a funcionária distraída, resolveu pegar o doce por conta própria. Ele também negou que teria sido racista pois sua mãe é negra.

Racismo
Policiais militares escoltam o estudante para fora do Restaurante Universitário da UFJF. Foto: Reprodução/Redes Sociais

O Boletim de Ocorrência (BO) foi feito e após prestar depoimento, o aluno foi liberado. Agora a investigação será comandada pela Polícia Civil. Em um vídeo que circula nas redes sociais, o estudante aparece sendo escoltado pelos policiais para prestar esclarecimentos na delegacia, em meio a vaias e gritos de “fogo nos racistas!” de alunos que estavam no local e protestavam sobre o caso.

Com a repercussão do caso e a revolta de quem frequenta o campus, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) organizou uma nova mobilização para acontecer nesta sexta-feira (5), no RU do campus. “Em apoio aos funcionários afetados pelo ocorrido e em combate ao racismo dentro do campus. RACISMO É CRIME! Em solidariedade a funcionária que foi vítima deste crime”, disse em nota.

A UFJF afirmou em nota divulgada nas redes sociais da instituição que prestou atendimento à vítima e que os membros da administração acompanharam a situação. A instituição ainda reiterou ser contra todo tipo de preconceito. “A UFJF não aceita e não compactua com ações racistas ou que expressem qualquer outra forma de preconceito. Neste sentido, tem desenvolvido políticas afirmativas e de inclusão, assim como campanhas educativas”.

A universidade ainda completou assegurando que além de contribuir com as investigações, também vai realizar uma própria apuração; “Além de cumprir sua obrigação institucional de comunicar o ocorrido ao Ministério Público Federal, a UFJF investigará o fato por meio de Processo Disciplinar, assegurando, como é necessário nos ambientes que cultivam e valorizam a democracia, o contraditório e o direito de defesa. Em se apurando conduta imprópria no ambiente universitário, aplicará sanções conforme as normas internas e a legislação cabível”, escreveu a UFJF.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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