De acordo com dados da Fundação João Pinheiro (FJP) atualizados na última sexta-feira (21), ao todo, 4,1 milhão de pessoas negras são responsáveis por domicílios em situação de déficit habitacional, ou seja 66,3% dos 6,2 milhões de moradias em déficit no Brasil. Essas mais de 6 milhões de moradias em déficit representam 8,3% do total de domicílios.
O déficit habitacional está relacionado à noção mais imediata e intuitiva do número de moradias necessárias para a solução de necessidades básicas habitacionais, em determinado momento. O número de domicílios em déficit cresceu 4,2% em relação a 2019. As casas com renda mensal até R$ 2.640,00 são maioria dos casos.
As regiões com maior déficit são o Sudeste com 2,4 milhões e o Nordeste 1,7 milhão. A cidade que mais tem domicílios em déficit habitacional é São Paulo com 1,2 milhão e Minas Gerais com 560 mil. Os negros são maioria nas moradias com déficit habitacional em quase todas as regiões, sendo minoria dos casos apenas no Sul do país. Veja a porcentagem de domicílios chefiados por negros em cada região na lista abaixo:
- No Norte – 83,8%
- No Nordeste – 79,8%
- No Sudeste – 58,8%
- No Sul – 36,8%
- No Centro-oeste 71,4%
A distribuição do déficit habitacional por sexo do responsável pelo domicílio mostra o predomínio em todos os componentes e em todas as regiões dos domicílios, com a mulher como responsável pelo domicílio (exceto coabitação na região Sul). Assim, o indicador geral tem 3,89 milhões de domicílios onde uma mulher é responsável (62,6%) e 2,31 milhões onde o responsável é um homem (37,2%).
Um aspecto particularmente destacável é que, em todas as regiões, o ônus excessivo com o aluguel urbano é o componente com maior participação relativa quando a pessoa de referência do domicílio é mulher. Além disso, é notável o predomínio significativo de mulheres responsáveis por habitações precárias no Sudeste e nas regiões metropolitanas.
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