Em um comunicado o Zoológico do Bronx, em Nova York, pediu desculpas por um dos piores casos de racismo da História. Em 1906, o parque exibiu o jovem africano Ota Benga em uma jaula junto com macacos durante uma semana.
A Wildlife Conservation Society, organização que administra o zoológico, afirmou que “lamenta profundamente que muitas pessoas e gerações tenham sido feridas” e que reconhece “que o racismo aberto e sistêmico persiste, e nossa instituição deve desempenhar um papel maior para enfrentá-lo”.
Nascido em 1883, Ota era membro do povo Mbuti, que vivia nas florestas próximas ao rio Kasai, no antigo Estado Livre do Congo. Uma das características mais marcantes desses povos eram suas baixas estaturas.
Antes de ir para os EUA, o jovem já havia sobrevivido a dois massacres cometidos por forças belgas, sendo mantido como escravo.
No início do século XX Ota foi sequestrado e levado para Nova York, onde entrou em contato com o diretor do Zoológico do Bronx, William Temple Hornaday. Foi então que o rapaz foi colocado em uma jaula com macacos e apresentado como se fosse canibal. O jovem era humilhado de diversas formas, entre elas, ele obrigado a interagir com orangotangos para reforçar a ideia de ser selvagem e mostrar seus dentes aos visitantes, já que em sua cultura era comum afiá-los.
Ota Benga passou a resistir e, para tentar se defender, ameaçava trabalhadores e visitantes do zoológico. Ele foi libertado depois que autoridades negras locais expressaram sua indignação e exigiram o fim de sua prisão. Um reverendo o abrigou em um orfanato e, anos depois, ele se suicidou.
Como parte do pedido de desculpas, a Wildlife Conservation Society está disponibilizando todos os registros e arquivos relacionados a Benga.