UFF é a primeira universidade federal do Rio a criar cotas para pessoas trans

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A Universidade Federal Fluminense (UFF) é a primeira universidade federal do Rio de Janeiro a oferecer cotas para pessoas trans na graduação. A decisão foi aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da universidade na última quinta-feira (19) e começará a valer em 2025.

A reserva abrangerá 2% das vagas, com a expectativa de beneficiar mais de 300 pessoas nesse primeiro momento de implantação. Além disso, os programas de pós-graduação da UFF deverão disponibilizar, a partir do próximo ano, pelo menos uma vaga para pessoas trans.

A UFF também criará protocolos de acolhimento e uma banca de heteroidentificação, que vai contemplar a autodeclaração de candidatos. / Foto Reprodução Pexels

A decisão foi resultado de uma escuta ativa e de uma construção conjunta com os coletivos de estudantes trans, segundo a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Alessandra Siqueira Barreto. Ela destaca a importância do protagonismo dos estudantes trans e dos diálogos com a administração da universidade para a aprovação das cotas. Além disso, a universidade destinará 50% das bolsas acadêmicas a todos os alunos cotistas.

Além de desenvolver ações visando o acolhimento e à permanência no ambiente estudantil, a UFF também disponibiliza um Manual de Acessos para Estudantes Trans, produzido por estudante da UFF, e trabalha, por meio da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES/UFF), na constituição da Comissão Permanente Travestigêneres da UFF, que atuará na assessoria da PROAES para as proposições e acompanhamento de políticas e ações sobre o tema.

A presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Bruna Benevides, elogiou a iniciativa e afirma que a luta da organização vai além do ingresso das universidades, defendendo também a permanência e o sucesso acadêmico de pessoas trans.

A UFF espera que essa decisão inspire outras instituições a adotarem políticas semelhantes. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), já está debatendo a implementação de cotas para estudantes trans em cursos de graduação, e outras universidades federais do estado também podem seguir esse caminho.

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