280 crianças e adolescentes trans fazem transição de gênero no Hospital das clinicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP). No total, são 380 pessoas trans passando pelo processo de transição, 100 são crianças de 4 a 12 anos de idade, 180 são adolescentes de 13 a 17 anos e 100 são adultos a partir dos 18 anos.
O Ambulatório transdisciplinar de identidade de gênero e orientação sexual (Amtigos), foi criado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2010. Esse ambulatório, que faz atendimento à população trans, foi obrigado a suspender triagens desde novembro de 2022, mas poderá retornar a partir de fevereiro deste ano.
Nesse período de pausa, 160 famílias que têm crianças e adolescentes que se identificam como transgêneros, estão na fila de espera da triagem, que é feita por uma equipe multidisciplinar de especialistas. O local também oferece atendimento aos familiares que passam pelo processo de transição.
O Amtigos parou de atender adultos em 2015, quando percebeu que eles tinham acesso a equipamentos públicos e até particulares de saúde. E também por notar uma busca maior de responsáveis por crianças e adolescentes trans pelo serviço em São Paulo. Os únicos adultos atendidos hoje em dia são derivados das primeiras turmas do Amtigos.
O Ministério da Saúde também disponibiliza gratuitamente para pessoas trans o Processo Transexualizador em 12 locais habilitados pela pasta do governo federal, como nas cidades de Salvador (BA),vitória (ES), Goiânia (GO), Uberlândia (MG), Joao Pessoa (PB), Recife (PE), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP).
Pela lei brasileira, a operação para adequação sexual de gênero só pode ser realizada em pessoas acima dos 18 anos. Esta é a última etapa do processo de transição ou acompanhamento. Antes da cirurgia, há o processo de hormonização, que pode ser aplicada regularmente em adolescentes a partir dos 16 anos, seguindo recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM).
O Noticia Preta conversou com ativista trans, artista e produtora cultural, Paola Valentina Xavier, sobre ter o SUS como órgão que pode amparar a população trans. A ativista diz que é extremamente importante o amparo social diante a transição de gênero, mas que ainda é um avanço tímido, que vem acontecendo de forma gradativa aos cuidados dos corpos trans/travestis.
“A compreensão do acompanhamento médico na transição, é uma maneira de salvar vidas, infelizmente ainda somos o país que mais mata pessoas trans/travestis no mundo, e isso também se dá pelo descaso na falta de acesso a saúde. A transfobia em ambientes de saúde ainda é grande, desde a forma de como essa pessoa é tratada no atendimento, como no desinteresse de acompanhar corretamente nossa população, com as especificidades que nos cabem”, conta ela.
Paola também acredita que SUS pode desempenhar papel importante na luta contra a transfobia. “Acredito que conseguimos combater a transfobia através da pluralidade de nossos corpos em todos os ambientes, o apoio do SUS é fundamental para fortalecer esse discurso. Pensar no SUS como plano de ação no acolhimento aos nossos corpes é transformar nossos sentimentos em esperança de um mundo melhor. A luta por equidade e pertencimento cabe a todes que dispõem de empatia e amorosidade”, avalia.
Paola ressalta que são necessárias políticas de combate à violência, a exclusão e a discriminação social, além de ações de cidadania e direitos humanos que possam visibilizar corpos trans/travestis. ela enfatiza que a comunidade trans necessita de politicas publicas que garantam seus direitos de saúde (física e mental). Além da promoção de saúde integral.
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“O avanço para planos de empregabilidade de pessoas trans/travestis também é emergente, segundo dados de 2021 registrados pela Antra (Associação nacional de Travestis e Transexuais) , apenas 4% da população trans feminina se encontra em empregos formais, com possibilidade de promoção e progressão de carreira e 90% da população de travestis e mulheres transexuais utilizam a prostituição como fonte primária de renda, precisamos reverter esse quadro, para que assim possamos estender nossa expectativa de vida nesse país”, conclui.
É urgente um novo Chicxulub, o asteroide que colocou fim a mais de 165 milhões de anos da presença dos dinossauros na Terra!
Se faz urgente a necessidade de inteversão deste tipo de evolução destrutiva da vida em nosso planeta.