Mais de 2 mil trabalhadores foram resgatados em situação análoga à escravidão, em 2022

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Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou um relatório nesta segunda-feira (17) que afirma que 2.218 trabalhadores foram resgatados de trabalhos análogos à escravidão no meio rural, dos 207 casos registrados no último ano. Esse é o maior número dos últimos 10 anos.

Em comparação com 2021, houve um aumento significativo de casos e de pessoas resgatadas nessa situação exclusivamente, de 32% e de 29%, respectivamente. A quantidade de pessoas libertas sob essa condição no meio rural representam 88% do total de trabalhadores regatados no país, sendo apenas 12% encontrados em atividades nas cidades.

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Ação que resgatou 14 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Sobradinho, no DF, em 2022. Foto: Divulgação – PRF

O setor de trabalho rural que mais registrou denúncias de trabalho similar a situação escrava foi o ramo da agroindústria que produz o açúcar, álcool e outros derivados da cana-de-açúcar. Foram 523 trabalhadores resgatados nesse setor. O levantamento também destaca que 62% dos resgatados estavam trabalhando em monoculturas, mas afirmam que os números podem ser subnotificados.

“Esses dados não representam o total de pessoas que trabalham em condições sub-humanas no campo brasileiro, uma vez que nem todas as ocorrências são notificadas ou mesmo descobertas”, diz a CPT que é ligada à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A lei brasileira determina que é crime submeter alguém à condição de trabalho análogo à escravidão. Também é punível por lei qualquer pessoa que atue para impedir o direito de ir e vir do trabalhador que esteja nessa condição.

Os estados que mais concentram as chamadas relativas ao crime de trabalho semelhante à escravidão são Minas Gerais (62 casos e 984 pessoas resgatadas); Goiás (17 casos e 258 pessoas resgatadas); Piauí (23 casos e 180 pessoas resgatadas); Rio Grande do Sul (10 casos e 148 pessoas resgatadas); Mato Grosso do Sul (10 casos e 116 pessoas resgatadas); São Paulo (10 casos e 87 pessoas resgatadas).

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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