STF determina que União pague indenização a família de vítima baleada em operação policial no RJ

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Na última sexta-feira (08), o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a União deve ser responsabilizada pela morte de uma vítima baleada em uma operação militar realizada em 2015, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro (RJ).

A família da vítima buscou indenização da União e do governo do Rio de Janeiro por dano moral, ressarcimento com os custos do funeral e pensão aos pais da vítima. Na primeira instância, a Justiça Federal rejeitou os pedidos, por não haver indícios de comprovação de que o disparo que matou o rapaz de 34 anos realmente foi feito por militares. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) manteve o entendimento. 

O STF determinou que a União deve ser responsabilizada pela morte de uma vítima morta no Rio de Janeiro (RJ) /Foto: Marcelo Casal – Agência Brasil

O colegiado ainda realizará uma sessão plenária presencial para definir a tese de repercussão geral a ser direcionada aos processos semelhantes, no que se refere à responsabilidade do Estado, já que  a perícia evidenciou que a origem dos disparos não foi conclusiva.

A maioria dos ministros votaram no recurso para acatar o pedido da família da vítima, ou seja, para que a União efetue o pagamento da indenização por danos morais e materiais à família. De acordo com a perícia, coordenada pela polícia técnica, não foi possível identificar de onde partiram os disparos.

Em decorrência desse motivo, as instâncias ordinárias  julgaram de forma improcedente a demanda, ressaltando a ausência de comprovação de que o disparo teria partido de uma arma das forças de segurança pública, além de concluir  a inexistência de “nexo de causalidade no que se refere a conduta estatal e o dano causado.

O Relator do processo, ministro Edson Fachin, e as ministras Rosa Weber (aposentada) e Cármen lúcia, e o ministro Gilmar Mendes fizeram parte da corrente minoritária no que diz respeito à extensão da decisão, pois, para eles, o Estado do Rio de Janeiro também deveria ser responsabilizado, perante a “nítida falha estadual em cumprir com diligência o dever de investigar a morte.

Em relação às propostas de tese apresentadas para o caso – há quatro propostas diferentes:

  •  A do relator, ministro Edson Fachin, que responsabiliza o Estado quando há morte de pessoas por balas perdidas em operações policiais;
  •  A do ministro Alexandre de Moraes, que entende que os governos só devem pagar indenização por danos quando há comprovação de onde partiu o tiro;
  • A do ministro André Mendonça, que considera que há responsabilidade nestas circunstâncias quando se mostra “plausível o alvejamento por agente de segurança pública”;
  •  A do ministro Cristiano Zanin, que entende que “a perícia inconclusiva sobre a origem de disparo fatal durante operações policiais e militares não é suficiente, por si só, para afastar a responsabilidade civil do Estado”.

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Aline Rocha

Aline Rocha

Aline Rocha é Graduada em Licenciatura em Linguagens e Códigos- Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduada em Linguagens, Suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho pela Universidade Federal do Piauí. É integrante do grupo de pesquisas: GEPEFop LAPESB- Laboratório de pesquisa Pierre Bourdieu: Análise sobre a prática pedagógica.Atuou como bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), na qual ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 6º ano e 9º ano, tanto na modalidade regular como na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre 2018 a 2020. Atuou como bolsista Capes no Programa Residência Pedagógica, em que ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 9º ano, 1º ano e 3º ano do Ensino Médio, entre 2020 a 2022. Atuou como monitora voluntária na disciplina de Linguística Textual, na turma 2018, do curso de Linguagens e Códigos-Língua portuguesa, na Universidade Federal do Maranhão. Atualmente é Professora da Educação Básica e pesquisadora Antirracista.

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