“Só quero minha filha de volta”, pede mãe de aluna internada após caso da racismo em escola de SP

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A mãe da aluna de 15 anos que foi encontrada desacordada no Colégio Mackenzie, e que ainda se encontra internada, desabafou em entrevista ao Uol: “Só quero ela de volta”. A menina foi alvo de racismo durante o ano de 2024, e teve queda de rendimento escola, segundo a mãe, e no final do mês passado foi encontrada no chão do colégio em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo.

O caso ocorreu no dia 29 de abril, quando a escola teria ligado de manhã para avisar que a adolescente havia sido encontrada desmaiada no banheiro, e que teria tentado tirar a própria vida. “Quando a encontrei, ela só dizia que não aguentava mais aquela escola”, disse a mãe ao Uol em entrevista, na qual revelou o caso com minúcias.

A menina de 15 anos encontrada no chão do colégio foi alvo de racismo durante 2024 e teve queda de rendimento escola segundo a mãe – Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil

“Sou uma mãe solo, tenho três filhos e moro sozinha. Tenho três empregos para dar conta. Só quero minha filha de volta, ela tinha muitos sonhos. Quero ela de volta”, clamou a mãe, que afirma que os profissionais da instituição ignoraram as queixas.

Segundo relatos, a menina teria sido encontrada por uma colega e socorrida e foi levada para a Santa Casa de Misericórdia. Segundo apuração do Uol, o quadro da menina é estável, mas segue em tratamento psiquiátrico.

A Polícia Civil está investigando o caso e a ocorrência foi registrada, de acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) ao Notícia Preta, como tentativa de suicídio. Mas informaram que não detalham ocorrências desta natureza.

A mãe da menina revelou que as notas da filha caíram e ela achou ser devido a mudança de escola. Ela afirma também que tem mais dois filhos no mesmo colégio, um de 13 e um de 7 anos. Todos os filhos são bolsista no colégio que tem sua qualidade reconhecida.

Posicionamento da escola

O colégio afirma em nota enviada ao Notícia Preta, que a aluna recebeu atendimento do bombeiro civil e da médica pediatra do colégio imediatamente, e encaminhada à Santa Casa “acompanhada pela coordenadora pedagógica e pela pediatra“.

A instituição tambem informou que a “equipe de orientação educacional e a psicóloga escolar — que já acompanhavam a aluna e sua família — seguem prestando suporte com cuidado, escuta e responsabilidade“, mas que o contato foi susenso nas últimas quinta e sexta-feira (08/05 e 09/05), quando “o acesso da equipe escolar à unidade do CAPS, onde a aluna está sendo assistida, foi proibido pela família“, segundo a escola.

O Colégio Presbiteriano Mackenzie São Paulo afirma que “até o momento, não é possível afirmar quais foram as causas do episódio“, mas que a instituição está apurando os fatos, e que a estudante será ouvida assim que possível, “em ambiente psicopedagógico acolhedor, respeitando seu tempo e sua recuperação emocional“.

Ao finalizar a nota, a escola afirma que repudia qualquer forma de discriminação, preconceito ou violência e que além de apurar os fatos, também conduzem projetos permanentes “voltados à convivência respeitosa, ao combate ao bullying e à valorização da diversidade em todas as suas formas“.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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