A família de um estudante negro de 12 anos, que estuda no Centro de Ensino Fundamental 01, conhecido como Sapão, no Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal afirma que um sargento do Corpo de Bombeiros mandou o menino cortar o cabelo porque estava grande e afirmou que ele parecia uma menina. Segundo os familiares, o militar teria dito que o adolescente estava “se camuflando entre as meninas”. As informações são do portal G1.
A escola tem gestão compartilhada com militares. Depois do episódio, um representante da escola ligou para o pai do menino e disse que ele só poderia permanecer no local se cortasse o cabelo. A irmã da criança, Rosa Carvalho, afirma que após a abordagem ele chorou e disse queria ficar sozinho.
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“Ele [o militar] meio que deu a entender que [o aluno] ficava sempre na fila das meninas, por isso que ele nunca tinha conseguido ver que o cabelo dele estava um pouquinho maior”, afirmou a irmã em entrevista à TV Globo.
A família pretende acionar a Justiça por causa do constrangimento. O Corpo de Bombeiros informou que o cabelo do aluno estava fora dos padrões das escolas cívico-militares e que o monitor orientou o menino, de forma didática, a se adequar ao regulamento. Ainda segundo a corporação, a conversa foi registrada na ata da escola e depois o responsável do aluno foi chamado.
O programa de gestão compartilhada no ensino público do Distrito Federal começou em fevereiro de 2019, no governo de Ibaneis Rocha (MDB). Ele é destinado a alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e também aos estudantes do ensino médio. Nessas unidades, a parte pedagógica das escolas permanece a cargo dos professores, diretores e orientadores. Já a segurança, incluindo a entrada e a saída dos estudantes, fica com militares.
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