No último sábado (15), Muhsin Hendricks, considerado o primeiro imã a se declarar abertamente gay, foi assassinado a tiros na cidade de Gqeberha, na África do Sul. Organizações LGBTQIA+ acreditam que o assassinato ocorreu por crime de ódio, porém a polícia ainda não confirmou a razão do assassinato até o momento.
Muhsin Hendricks, de 57 anos, dirigia uma mesquita destinada a ser um local seguro para a comunidade LGBTQIA+ e muçulmanos marginalizados. A vítima teve seu carro alvejado por tiros enquanto viajava perto da cidade de Gqeberha.
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No vídeo gravado pela câmera de segurança, é possível ver o momento em que o carro de Hendricks é interceptado por uma Hilux prata. Enquanto o motorista tentava dar a volta, um dos suspeitos com o rosto coberto sai do veículo e dispara vários tiros contra o carro. Após os disparos, os suspeitos foram embora sem levar nada. O motorista do sacerdote percebeu que Hendricks, que estava sentado na parte de trás do veículo, foi baleado e morto no local.
A Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais (ILGA), denunciou o assassinato e apelou às autoridades para que investigassem o potencial crime de ódio. Além disso, o vice-ministro da Justiça da África do Sul, Andries Nel, afirmou na última segunda-feira (17), para a mídia, que a polícia está “no encalço” dos assassinos e que o departamento também trabalharia com a Comissão de Direitos Humanos da África do Sul (SAHRC) sobre o ocorrido.
Hendricks se assumiu gay em 1996 e no mesmo ano fundou o The Inner Circle, uma organização que oferece apoio e um espaço seguro para muçulmanos queer que buscam reconciliar sua fé e sexualidade. Ele então montou a mesquita inclusiva Masjidul Ghurbaah em Wynberg, perto de sua cidade natal, a Cidade do Cabo.
O sacerdote que também foi tema de um documentário em 2022 chamado “The Radical”, já havia mencionado ameaças contra ele, mas preferiu não contratar guarda-costas, dizendo que a necessidade de ser autêntico era “maior que o medo de morrer”.
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