Símbolo da identidade paraense e um dos principais pontos de comércio tradicional da capital, a Feira do Açaí, em Belém, está passando por uma nova restauração após ser alvo de vandalismo. A ação acontece poucos dias depois de o espaço ter sido revitalizado. Localizada na rua da Ladeira do Castelo, ao lado da icônica feira do Ver-o-Peso, a Feira do Açaí é considerada um polo cultural e econômico do centro histórico de Belém.
O local sofreu danos significativos após um evento de roda de samba realizado no início de julho, que terminou com pichações, destruição de bancos, corrimãos e da rampa de acessibilidade recém-instalada. Diante disso, equipes da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) iniciaram uma força-tarefa para realizar a limpeza, pintura e reinstalação dos equipamentos danificados.

Segundo o engenheiro responsável pela obra, os serviços estão sendo conduzidos de forma cuidadosa para preservar a integridade do patrimônio público. Entre as ações, estão previstas a retirada de adesivos de forma manual, pintura especializada e reforço das estruturas de acessibilidade.
Presente durante o início da restauração, o prefeito Igor Normando destacou a importância de preservar os espaços públicos da cidade. “É essencial reforçar que patrimônio público deve ser respeitado. Estamos trabalhando para que a Feira do Açaí continue sendo um espaço de convivência e valorização da cultura local”, declarou.
A Feira do Açaí é um dos principais pontos de comercialização da fruta que é símbolo da Amazônia. Segundo pesquisa da Embrapa Amazônia Oriental, o Pará responde por mais de 90% da produção nacional de açaí, e Belém concentra uma das maiores cadeias logísticas de distribuição da polpa. A feira recebe diariamente centenas de feirantes e consumidores, movimentando a economia local e fortalecendo tradições culturais da região.
O ato de vandalismo reacendeu o debate sobre segurança, cuidado com o patrimônio e a necessidade de políticas públicas de educação patrimonial. Uma perícia foi realizada pela Polícia Científica do Pará, e o resultado deve orientar eventuais medidas judiciais e preventivas.
Apesar dos desafios, a reabilitação da Feira do Açaí representa um esforço contínuo para garantir que o espaço siga como símbolo de resistência, ancestralidade e pertencimento do povo paraense.