A República Democrática do Congo realizou nesta última quarta-feira (20), as eleições gerais no país, em meio a protestos. Neste momento, o atual presidente Félix Tshisekedi, enfrenta uma oposição fragmentada. Em um clima político e de segurança tenso, o presidente que está no poder desde 2019, disputa com 18 candidatos.
Quase 44 milhões de congoleses estão registrados para votar nas eleições presidenciais deste país de 100 milhões de habitantes. O pleito tem turno único, mas por conta de interferências registradas no primeiro dia, a votação continua nesta quinta-feira (21), em locais prejudicados por problemas logísticos e atrasos, segundo uma declaração feita por Denis Kadima, presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente.
No processo eleitoral foram registrados incidentes em Mbandaka (noroeste), em que segundo um funcionário, uma “máquina de votação” foi incendiada e a população lançou pedras na polícia, que respondeu com disparos. Nos últimos dias, os combates diminuíram, mas os rebeldes continuam ocupando terrenos na província de Kivu do Norte. Nessas áreas, a população não pôde votar.
A República Democrático do Congo presencia nos últimos tempos o ressurgimento do grupo rebelde M23, apoiado por Ruanda nos últimos anos, que tomaram as ações no leste do país. A cidade de Goma é a mais atingida pelos conflitos entre as milícias rebeldes, grupos separatistas e Governo.
O M23 é formado majoritariamente por membros da etnia tutsi, o mesmo grupo que domina o governo em Ruanda. O país africano é acusado de financiar o grupo nas fronteiras, na região leste do Congo, que é muito rica em estanho, tungstênio, tântalo e ouro.
Desde o começo dos conflitos em 1995, há 30 anos, o saldo de mortos é um dos maiores do mundo. Já foram 6 milhões de mortos e mais 4,5 milhões de pessoas refugiadas na República Democrática do Congo.
O atual presidente do país, de 60 anos, aspira a um segundo mandato mesmo após reconhecer que seu legado tenha sido altos e baixos. Mas o presidente Tshisekedi pede mais cinco anos para “consolidar as conquistas”.
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