Renafro e Ilê Omolu Oxum lançam pesquisa para mapear violência contra religiões de matriz africana

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A Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (Renafro) e o Ilê Omolu Oxum lançaram a pesquisa “Respeite o meu terreiro – 2024”, nesta terça-feira (30). A pesquisa tem o objetivo de atualizar os dados do levantamento pioneiro feito em 2021, e busca ampliar ainda mais o raio de ação, a partir dos 53 Núcleos Regionais da Renafro situados em todo o território nacional.

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Além das parcerias estratégicas firmadas já em 2021 com a Defensoria Pública da União e do Instituto Raça e Igualdade, a pesquisa agora conta com uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio)e o financiamento do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania. Para participar da pesquisa basta preencher um formulário online.

Festa de Iemanjá no Arpoador, no Rio de Janeiro /Foto: Andre Melo – Notícia Preta

Os resultados práticos da primeira edição da pesquisa, em 2021, vêm repercutindo desde então. A coordenadora nacional da Renafro, Mãe Nilce de Iansã,à frente do projeto, conta que o levantamento feito trouxe“tantas informações importantes que os seus resultados serviram de base para nossas recomendações ao Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU (CERD), em novembro de 2022, em Genebra, Suíça, que foram incluídas no documento final do evento”.

Foi a primeira vez que aquela comissão inseriu a temática de racismo religioso na pauta de recomendações”, diz. Para a pesquisa de 2024 a ideia é coletar as informações junto às lideranças religiosas de matriz africana por meio de um formulário digital até o mês de julho, e analisar e
interpretar estes dados até outubro, e divulgar o relatório com os resultados em novembro, mês da consciência negra.

Será feito um verdadeiro raio-x do racismo religioso, a partir da perspectiva dos povos de terreiros, que já indicaram na primeira entrevista que usualmente não se sentiam confortáveis em irem a uma delegacia oferecer uma denúncia. Outra coisa detectada foi a impunidade dos criminosos, que tornavam ainda mais vulneráveis os povos de terreiro para a reincidência do crime.

A Defensoria Pública da União vem utilizando os dados da primeira pesquisa em seu site, considerando que estas informações estão mais próximas da realidade enfrentada pelas religiões de matriz africana em todo o país.

A Defensora Pública Federal e Integrante do Grupo de Trabalho Políticas Públicas Etnorraciais da DPU, Dra. Natália von Rondow, afirma que a pesquisa “Respeite o Meu Terreiro” apresenta dados importantes para a articulação de políticas públicas voltadas para o enfrentamento do racismo religioso, “e nos permite dimensionar o impacto da violência sofrida pelos povos de terreiro nos territórios. Por isso a relevância desta parceria”, conclui.

O formulário da pesquisa leva em média três minutos para ser respondido e estará disponível nas redes sociais da Renafro e Ilê Omolu Oxum, até o dia 30 de julho de 2024.

Link do formulário da pesquisa: https://forms.gle/vURWmhbNnCQNRPkX6

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