Um relatório publicado pela Oxfam, entidade assistencialista internacional, nesta terça-feira (11), revela que, em 2022, cerca de 250 milhões de pessoas devem atingir a pobreza extrema em todo o mundo. Ainda de acordo com o relatório, esse cenário é fruto da guerra na Ucrânia e reflexos da covid-19 em todo o planeta.
Ao todo, mais de 860 milhões de pessoas estarão vivendo com o referente U$ 1,90 por dia até o final de 2022. Essa quantidade de pessoas corresponde a população de Reino Unido, França, Alemanha e Espanha reunida. O relatório enfatiza ainda que os aumentos consecutivos no preço dos alimentos levaram as pessoas mais pobres à situações de mais vulnerabilidade. “As pessoas mais pobres serão as mais atingidas: os custos dos alimentos representarão 40% dos gastos das famílias na África Subsaariana. Nos países ricos, o percentual será de 17%”, afirma o relatório da Oxfam.
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Uma das propostas da organização é a tributação sobre grandes fortunas. De acordo com a Oxfam, o ideal seria a cobrança de alíquota de 2% sobre a riqueza de milionários e de 5% sobre bilionários. A organização estima que os tributos seriam suficientes para arrecadar US$ 2,52 trilhões por ano, tirando 2,3 bilhões de pessoas da pobreza. Além disso, seria possível produzir vacinas e proteção social e assistência médica para pessoas de países com baixa e média renda.
“Rejeitamos qualquer noção de que os governos não tenham dinheiro ou meios para tirar todas as pessoas da pobreza e da fome e garantir sua saúde e bem-estar”, disse a diretora da Oxfam International, Gabriela Bucher, em entrevista coletiva.
A Organização também pediu aos líderes do G20, grupo das maiores economias do mundo, que suspendam os pagamentos das dívidas de países com baixa e média rendas. Esses valores, segundo a Oxfam, pode chegar a U$ 43 bilhões.