Com o enredo ‘A verdade vos fará livre’ , a Estação Primeira de Mangueira levou para a Marquês de Sapucaí diferentes versões de Jesus, entre eles um Cristo mulher e negra, representada pela rainha de bateria Evelyn Bastos.
A frente da bateria Evelyn não sambou, ela interpretou Jesus com um vestido roxo, uma coroa de espinhos e machucados pelo corpo, muito bem maquiados: “Um Jesus sem a necessidade de sexualizar. É um Jesus que não samba, porque a gente quer que as pessoas enxerguem Jesus primeiro, independente de gênero”, afirmou Evelyn.
‘Uma rainha de bateria pode muito mais do que só sambar. É um personagem importante e muitas vezes desmerecido. A ideia de que a rainha de bateria é uma gostosa que tem que vir seminua à frente é uma coisa já ultrapassada”, declarou o carnavalesco da Mangueira, Leandro Vieira. O desfile ficou entre os 5 mais comentados no Twitter tanto no Brasil como no mundo.
À frente da agremiação, vinte religiosos de diferentes grupos trouxeram uma faixa pregando a liberdade religiosa. A faixa trazia os dizeres: “independente de sua fé, o respeito deve prevalecer”.
A bateria usou fantasias com balaclavas negras e a comissão de frente expressou a violência policial. Já na ala das baianas a Manguei retratou a perseguição à religiões de origens africanas, com as integrantes carregando duas cruzes nas costas.