“Não é conseguir dinheiro. É conseguir o direito de estar no meu país e ser negra”, diz vítima de racismo no Rio

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A chinesa Li Chen, dona de uma loja de bijuterias em Copacabana, Zona Sul do Rio, foi detida em flagrante após ofensas racistas à atendente Laura Brito. Após pagar fiança de R$ 1,5 mil a chinesa foi liberada e responde o processo em liberdade.

Laura conta que entrou na loja para comprar um bijuteria e quando estava escolhendo começou a ser perseguida por Li Chen.

“Ela começou a me seguir, perguntei o que ela queria, ela ficou em cima de mim o tempo todo, disse que não queria ninguém da minha laia e que não queria ‘neguice’ na loja dela. Ela disse que não precisava dos negros na vida dela”, afirmou Laura em entrevista à Tv Globo.

“Ela realmente conseguiu o que ela queria, que era me ofender e me magoar, mas eu vou continuar lutando porque eu quero justiça”, afirmou Laura.

A atendente conta como se sentiu humilhada: “E ter que catar minhas coisas pelo chão, ser tratado igual a bicho? Eu me senti a pior pessoa do mundo. Ela me agredindo sem eu fazer nada. Eu estava com dinheiro. Eu não ia roubar, não ia matar”, conta a vítima em prantos.

racismo no Rio
Laura Brito, vítima de racismo em Copacanana — Foto: Reprodução/TV Globo

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Como grande parte das mulheres negras, Laura conta que não é a primeira vez que é vítima de racismo, mas nunca tinha sido fisicamente agredida.

Eu entregava panfletos na rua e já aconteceu de a pessoa falar: “Não encosta em mim! Eu não quero isso!” Para mim já um preconceito. Por que eu não posso encostar? Então são essas coisinhas que a gente vai acumulando. Mas a agressão física é passar dos limites totalmente.

Laura desabafa mais: “Eu quero falar para as pessoas que não é conseguir dinheiro, não conseguir bens materiais. É conseguir o direito de estar no meu país e ser negra, ser trabalhadora como todo mundo é“.

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