Projeto Roda de Pretin é lançado em São Paulo

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Psicóloga paulista inicia projeto juntos às crianças do estado

Ligado à Oficina das Emoções, será realizada, no próximo sábado (23), a primeira edição da Roda de Pretin. O projeto terá, logo no início, uma conversa com crianças negras onde elas apresentarão situações relacionadas ao ser criança negra. As questões raciais serão debatidas através do olhar da psicologia, psicanálise e a terapia cognitiva comportamental. O objetivo central é o fortalecimento da autoestima e autoconfiança das crianças, para que as ofensas não às abalem e tenham poder de reação.

As psicólogas Elizabeth Braz e Camila Generoso na preparação da Roda de Pretin – Foto: Arquivo Pessoal

Segundo a psicóloga e psicopedagoga Camila Generoso, idealizadora do projeto, lidar com as emoções não é uma tarefa fácil e, por esse motivo, a oficina oferece um aprendizado relacionado ao comportamento, onde as crianças aprendem que a raiva, alegria, medo, nojo ou até mesmo a tristeza são sentimentos naturais e necessários. “As emoções passam a ser vistas como algo existe e que contém um propósito para cada uma delas. Através dos treinos constantes e diários os comportamentos inadequados podem ser modificados”, relatou.

Ao participar das oficinas, as crianças têm a oportunidade de entrar em contato consigo mesmo e desenvolver habilidades socioemocionais importantes. Essas práticas abrangem vários pontos e, dentre eles, está à capacidade de se colocar no lugar do outro, a tão falada empatia.

Função acolhedora

Nos últimos dias, vários casos de racismo tiveram grande repercussão, não só os que aconteceram no Brasil, mas também na Europa, direcionado a pessoas adultas, mas quando o preconceito tem como alvo uma criança o que fazer? Como abordar esse tema? De acordo com a psicóloga, a melhor alternativa é uma conversa leve, dando como exemplo sempre os membros da família.

A psicóloga lembra que nunca devemos culpabilizar a criança e sim acolhê-las e entender a dor que ela sente, sem desvalorizar o sentimento. Lembrando sempre que o problema não está com a criança e sim com o outro que não a respeita. Ainda segundo a idealizadora, todo esse preconceito vivido na infância pode influenciar na vida adulta, “existem crianças que sofrem preconceito e se tornam adultos frágeis, depressivos, com baixa autoestima e sentimentos de menos valia”, afirma a psicóloga e completou. “Quantos adultos nos deparamos no dia-a-dia com questões que tentam nos modificar para encaixar em padrões inexistentes, porém estabelecidos. Alisam os cabelos, não aceitam traços negróides, não se sentem belos. É visão que necessitamos modificar, e essa modificação precisa começar na infância”, finalizou.

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